SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Everton (CHI) vai ao Morumbi nesta quinta-feira (14) comandado por um treinador que guarda boas recordações do estádio. Francisco Meneghini era auxiliar-técnico de Sebastián Beccacece no Defensa y Justicia que eliminou o São Paulo da Copa Sul-Americana de 2017. Cinco anos depois, ele volta à capital paulista para mais um jogo pelo torneio continental.

Meneghini tem em seu currículo experiências com renomados técnicos argentinos, assim como ele. Muito jovem para o cargo -tem apenas 33 anos-, ele começou no futebol sendo espião de Marcelo Bielsa na seleção chilena. Depois, foi analista de vídeo de Jorge Sampaoli, também no selecionado chileno.

A primeira experiência de Meneghini, aquela com Bielsa, rendeu um causo que o acompanha até os dias de hoje. O então jovem analista de vídeo foi flagrado pendurado em uma árvore enquanto tentava espiar a seleção equatoriana.

Em entrevista ao jornal "La Tercera", em 2019, Meneghini confirmou a história, mas disse que ela tem sido reproduzida de maneira exagerada. "Cada ano que passa vão aumentando mais essa história, fazem ela maior do que é. A próxima versão vai dizer que eu estava espionando de cima de um avião e me joguei. Nesse caso, eu estava próximo da equipe rival para pegar informações, nada de outro mundo".

A vinda ao Brasil para enfrentar ao São Paulo aconteceu quando Meneghini já havia acumulado experiências com Bielsa e Sampaoli e estava em seu segundo trabalho ao lado de Sebastián Beccacece. Os dois passaram um período de oito meses na Universidade do Chile antes de serem contratados pelo Defensa y Justicia.

O encontro com o São Paulo aconteceu logo na primeira fase da Sul-Americana de 2017. Depois de um empate sem gols na Argentina, o Defensa y Justicia segurou um placar de 1 a 1 no Morumbi, o que garantiu a classificação para a próxima fase e a eliminação precoce do time tricolor.

O triunfo foi uma das últimas ações de Meneghini como auxiliar do clube argentino. Ele ainda trabalharia na função por um mês na seleção argentina antes de iniciar sua carreira de treinador. Desde então, acumulou duas passagens pela Unión La Calera, do Chile, e uma pelo Audax Italiano, também do Chile, antes de ser contratado pelo Everton em janeiro deste ano.

Apesar de manter contato com a comissão técnica de Marcelo Bielsa, ele afirma não ter ninguém no seu grupo destinado a subir em árvores para espiar rivais. "A tecnologia avançou muito e prefiro analisar os rivais por vídeos. Respeito todas as escolhas, mas não considero necessário ter espiões mais".