Supremacia Europeia
PUBLICAÇÃO
sábado, 08 de outubro de 2022
Julio Oliveira
O encerramento da última janela Fifa para amistosos e competições antes da Copa do Mundo reativou novamente a discussão da falta de confrontos com seleções da Europa. Não é só o Brasil que reclama e gostaria de enfrentar Itália, Alemanha, Espanha etc. O calendário que criou a Uefa com a Liga das Nações impede que haja datas para isso. E ninguém vai mais enfrentar seleções do velho continente fora da Copa.
O mundo deveria criar um alerta e até se posicionar quanto a isso, pois o que a Europa está fazendo é um “fechamento” de intercâmbio de desenvolvimento do futebol. Lá estão, hoje, os melhores times e os melhores jogadores do mundo. E, naturalmente, as seleções incorporam o avanço técnico-tático absorvido pelo crescimento dos seus jogadores. Se você só enfrenta adversários fortes, você cresce. E assim acontece com as seleções mais fortes e as mais fracas também, que elevam seu nível. Isto é a Liga das Nações, que tem quatro divisões.
Nesta última janela até a Argentina reclamou de não poder jogar contra os europeus, e assim seguimos enfrentando adversários africanos e asiáticos, que estão longe de serem bons parâmetros em preparação. Esta reserva técnica que está fazendo a Uefa vai acentuar ainda mais o domínio europeu. Os últimos quatro mundiais foram vencidos por europeus. Os últimos nove campeões mundiais de clubes foram da Europa, naturalmente com os clubes mais ricos do mundo.
Essa formatação de datas leva ainda a uma outra vantagem para os europeus: acabam tendo mais produtos para venda e mais receitas com as competições que ganham o mundo em televisionamento. Mais produtos, mais patrocinadores e mais receitas. Assim também o formato se fortalece.
Vejo somente Brasil e Argentina como as seleções que podem tirar o título dos europeus no Catar. Mas só vão sentir, de fato, essa possibilidade a partir de novembro. Até lá, seleções de outros continentes contra europeus só em videogames.

