Quando o árbitro apitou pela última vez, no dia 3 de agosto de 2018, em partida válida pela 19ª rodada da Série B, estava decretada mais uma derrota do Londrina naquele campeonato. O revés por 2 a 1 para o Guarani, em pleno Estádio do Café, levou o time para a zona de rebaixamento e foi o último jogo de Sério Soares, o terceiro técnico no comando do Tubarão no ano.

Imagem ilustrativa da imagem Sem clube, Fonseca aguarda propostas e projeta Série B competitiva
| Foto: Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube

Para o seu lugar o Londrina apostou em Roberto Fonseca. Velho conhecido da torcida, campeão paranaense em 1981 como jogador, Fonseca assumia pela terceira vez a equipe alviceleste. A missão ingrata de livrar o time do rebaixamento deu muito certo. O aproveitamento, que antes do treinador chegar era de 36%, melhorou, e o Tubarão ficou apenas a cinco pontos de subir para a Série A. Sob o comando de Fonseca o aproveitamento saltou para 60%.

“Minha última passagem pelo Londrina foi excelente, conseguimos coisas importantes, talvez muita gente não tenha noção, mas saímos de uma zona de rebaixamento para uma briga na parte de cima da tabela, com 8 ou 9 vitórias seguidas dentro de casa. Tivemos o Dagoberto como artilheiro da competição, uma reação em que o nome do Londrina foi projetado, foi muito positivo”, destaca Roberto Fonseca.

A boa campanha fez com que o torcedor alviceleste se animasse para a temporada seguinte, mas o que se viu foi um erro de planejamento da direção do clube, que acabou culminando com o rebaixamento à Série C em 2019. Em janeiro daquele ano, o Londrina anunciou que emprestaria alguns atletas e, inclusive, o treinador ao Novorizontino para a disputa do Paulistão.

“A decisão de ter sido emprestado ao Novorizontino passou por um planejamento, mas no futebol às vezes as coisas fogem do controle, mas isso não atrapalhou o planejamento da temporada do clube”, avalia.

No clube paulista o sucesso se repetiu e em três competições disputadas pela equipe, o treinador conseguiu um feito muito importante. Quinto colocado por dois anos consecutivos no Campeonato Paulista – considerado por muitos o estadual mais difícil do Brasil -, acesso da Série D pra C com a defesa menos vazada e um dos melhores ataques da competição.

Apesar do bom desempenho, Fonseca não teve seu vínculo renovado com o clube de Novo Horizonte, mas sabe que deixou boas impressões. “Encarei a minha saída do Novorizontino até com uma certa normalidade, eu estava vinculado ao clube desde o final de 2018, faltaram alguns detalhes num possível acerto, uns ajustes que acabaram não se concretizando, mas eu saí de cabeça erguida e tenho certeza de que deixei as portas abertas”, comenta.

Mesmo à distância, o treinador revela que acompanhou o LEC na Série C e avalia que o nível técnico da Série B pode representar uma visibilidade maior para o time dirigido por Silvinho. “Foi um trabalho feito por muitas mãos e que contou com um pouco de sorte. O acesso foi bom para a torcida, o clube e a SM, sabemos que o nível técnico será alto, pois tivemos a queda de grandes clubes, Botafogo, Vasco e Goiás. Espero que o Londrina possa fazer uma boa Série B porque a visibilidade é muito grande”.

FUTURO

De olho no mercado, Roberto Fonseca ainda aguarda uma nova proposta para iniciar um trabalho. “Recebi propostas de dois grandes clubes de camisa e reconhecimento após a minha saída do Novorizontino, uma do Sampaio Corrêa, onde fui campeão da Copa do Nordeste em 2018, e a outra proposta veio do Paysandu, infelizmente não deram certo pois eu ainda estava acertando a minha rescisão”, conta.

Natural do Paraná, Fonseca afirma que voltar a trabalhar no estado é uma grande oportunidade para estar perto de casa, mas que o pensamento é encontrar uma equipe onde o projeto seja bom. “Sempre digo que o treinador está aberto a propostas, sejam elas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, que é um lugar onde eu me sinto em casa, onde eu tenho um conhecimento, mas tudo depende do projeto que o clube tem a oferecer, quero dar seguimento a esse grande momento que venho vivendo na carreira”, conclui.