SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O fraco desempenho de Jô no empate sem gols do Corinthians contra o Fortaleza na quarta-feira (2) resume a temporada do camisa 77, que vive má fase desde que retornou ao clube alvinegro no primeiro semestre deste ano.

O centroavante coleciona polêmicas ao ser expulso mais uma vez por agressão a um defensor adversário e ainda deixou o campo sem finalizar nem sequer uma vez à meta do time cearense.

Para se recuperar da má fase, Jô ganhou uma espécie de "nova folga". Como cumpre suspensão no clássico contra o São Paulo, que só ocorre no próximo dia 13, o camisa 77 só deve retornar aos gramados diante do Goiás, no dia 21.

Vale lembrar que o centroavante voltou a jogar há duas rodadas após desfalcar o time alvinegro por pouco mais de 40 dias, somando lesão muscular e por ter sido testado positivamente para Covid-19.

Contra o Fortaleza, seu segundo jogo após o retorno, Jô ficou em campo até aos 34 minutos do segundo tempo, quando recebeu cartão vermelho ao acertar o rosto de Felipe.

O lance, aliás, lembrou outra polêmica do corintiano, que foi suspenso por dois jogos em julgamento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por agredir o zagueiro são-paulino Diego Costa, em 30 de agosto, ainda pelo primeiro turno do Brasileiro.

Na ocasião, os são-paulinos acusaram Jô de agredir o jovem defensor com um soco pelas costas, mas ele foi punido por "ato hostil". No entanto, o problema de Jô não se resume a socos e empurrões.

Fora de campo, o jogador ainda viu o seu nome nas manchetes por causa do Nagoya Grampus, seu ex-clube no Japão, que exige cerca de cerca de US$ 3,4 milhões (cerca de R$ 18,3 milhões) por suposta quebra de contrato.

O camisa 77 demonstra ainda estar fora de ritmo de jogo. Além de não finalizar no empate contra o Fortaleza, ele não acertou o gol contra o Coritiba na rodada anterior, quando retornou aos gramados após longo período.

Na ocasião, o atacante finalizou apenas uma vez, mas sem direção, segundo Sofascore, site especializado em estatísticas. Na quarta, em cerca de 80 minutos jogados, o atacante ainda perdeu a bola 12 vezes, além de acertar apenas 11 de 21 passes, aproveitamento de 52%.

Jô completou diante do Fortaleza dez jogos sem balançar as redes. O último gol do centroavante ocorreu há três meses, em 5 de setembro, no empate por 2 a 2 com o Botafogo, pela oitava rodada do Brasileiro.

O técnico Vagner Mancini ainda teve que explicar o motivo de manter Jô em campo até a reta final da partida, mesmo o camisa 77 com desempenho muito "apagado" durante todo o jogo. O treinador corintiano, aliás, não concordou com a expulsão do camisa 77.

"Eu acho que o Jô oscilou, assim como a equipe oscilou, teve dificuldades porque não tivemos a velocidade necessária e, na segunda etapa, quando encaixamos o time, acabou acontecendo a expulsão dele."

"Ele é um atleta alto, que ganha a maioria das bolas, nós enfrentamos uma equipe com sete jogadores assim, com 1,80m, 1,85m. Era fundamental que ele ficasse no jogo. Eu não teria uma reposição à altura, era importante nesse jogo usarmos o máximo que poderíamos dele", explicou.

"O lance da expulsão eu já vi e, sinceramente, não vejo agressão", completou.