TÓQUIO, JAPÃO (UOL/FOLHAPRESS) - A pandemia de Covid-19 não somente adiou as Olimpíadas de Tóquio-2020 em um ano, como despertou a criatividade dos atletas, caso do nadador brasileiro Fernando Scheffer.

Agora dono da medalha olímpica de bronze, conquistada nesta terça-feira (27), ainda noite de segunda (26) no Brasil, nos 200 m livre, o nadador ​foi um dos atletas que precisou reinventar métodos de treinamento para não perder ritmo.

Sem conseguir treinar no seu clube, o Minas Tênis, o gaúcho de 23 anos montou um espaço dentro de sua própria casa para manter a forma e chegou a nadar em um açude.

Assim que a pandemia estourou no Brasil, em março de 2020, os clubes fecharam as portas. Fernando Scheffer, então, ficou impossibilitado de treinar em uma piscina. Para não perder o condicionamento físico, ele tinha a poucos metros equipamentos como uma bicicleta ergométrica, halteres e outros.

Um ensaio de volta à normalidade veio em dezembro do ano passado, durante o campeonato da Liga Internacional de natação, disputado na Hungria. Quando ele retornou ao Brasil, a infecção do novo coronavírus entrou em descontrole novamente e, mais uma vez, tudo foi fechado.

Com vaga confirmada nas Olimpíadas de Tóquio desde abril de 2020, Scheffer não poderia parar de se exercitar. A meses do início das disputas de natação no Japão, o atleta decidiu alugar um sítio com alguns colegas do Minas Tênis Clube e eles passaram a nadar em um açude. Claro que não era parecido com uma piscina olímpica.

Após mais de um ano de incertezas e dificuldades, Scheffer chegou em Tóquio, surpreendeu e chegou ao tão sonhado pódio olímpico ao lado dos britânicos Tom Dean, que ficou com o ouro, e Duncan Scott, medalhista de prata.