SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Passaram-se 1.563 dias desde a demissão de Rogério Ceni do São Paulo até o retorno dele ao Morumbi, anunciado pelo clube na quarta-feira (13), logo após o desligamento do argentino Hernán Crespo.

Nesse período, o time teve sete treinadores (Dorival Junior, Diego Aguirre, André Jardine, Vagner Mancini, Cuca, Fernando Diniz e Crespo), mas só neste ano conseguiu se livrar do jejum de títulos, com a taça do Paulista. Porém voltou a brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, em cenário parecido com aquele deixado por seu ex-goleiro, em 2017.

O treinador, hoje com 48 anos, também viveu altos e baixos. Ganhou sete troféus, conquistou uma idolatria no Fortaleza, mas teve um trabalho frustrante à frente do Cruzeiro e uma passagem vitoriosa e conturbada pelo Flamengo, com títulos, problemas de relacionamento e críticas pelo desempenho do time.

A torcida são-paulina espera, agora, que o fim do jejum do São Paulo e a experiência acumulada por Ceni tenham criado uma casca. O sonho é que o clube volte a ser vitorioso como era nos tempos em que o ídolo atuava dentro do gramado.

Há, porém, arestas que precisam ser aparadas, ligadas a algumas declarações do ex-goleiro que irritaram o torcedor tricolor. Uma delas, quando comandava o Flamengo, foi esta: "Eu trabalhei no São Paulo durante tantos anos, e é um clube de massa, mas aqui é uma atmosfera diferente."

Os elogios ao torcedor rubro-negro, além dos títulos do Brasileiro de 2020, da Supercopa do Brasil de 2021 e do Carioca de 2021, não evitaram que Ceni deixasse a Gávea pela porta dos fundos. Ele foi demitido na madrugada do dia 10 julho, em meio à insatisfação da diretoria pelo rendimento irregular no Nacional. Nos bastidores, ele também não cultivava um bom relacionamento com jogadores e com alguns funcionários.

O ambiente no Morumbi não tem sido muito mais ameno. O fato de a equipe ter sido comandada por sete técnicos diferentes no período é um indicativo disso, numa situação que não mudou nem mesmo com a troca de diretoria. Quando Ceni saiu do São Paulo, o presidente era Carlos Augusto de Barros, o Leco (2015 a 2020). Atualmente, Julio Casares é o mandatário.

Assim como a antiga administração, a atual não dispõe de recursos para entregar ao treinador um elenco mais forte. Sem contratações, a grande missão dele neste ano é, novamente, evitar o rebaixamento.