Santos terá reconstrução em ano sem Copa do Brasil e torneio sul-americano
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quinta-feira, 07 de dezembro de 2023
Lucas Musetti Perazolli e Gabriela Brino, Santos Folhapress

O Santos terá um 2024 difícil, com apenas duas competições, sendo que uma delas será a inédita Série B do Campeonato Brasileiro. A outra será o Paulista, a partir de janeiro. Rebaixado, o time ficou fora da Copa do Brasil, Sul-Americana ou Libertadores. Neste ano, o Santos disputou Copa do Brasil e Sul-Americana.
O Santos, além da tristeza pelo inédito rebaixamento, terá que lidar com a queda de receitas para 2024. O orçamento será bem diferente. Para piorar, o atual presidente Andres Rueda já adiantou as cotas de televisão de 2024 e o Santos não tem muitos recebíveis para as próximas semanas.
O Santos vai precisar negociar jogadores para levantar recursos. O mais cotado é o atacante Marcos Leonardo, que quase foi para a Roma (Itália). Outra preocupação será diminuir a folha salarial, que atualmente é de cerca de R$ 12 milhões.
Por fim, o Peixe precisará ver quem aceita jogar a segunda divisão. Morelos, por exemplo, tem opção de sair prevista em contrato por causa do rebaixamento. O técnico Marcelo Fernandes e o coordenador Alexandre Gallo querem continuar, mas têm futuro incerto.
O Santos, em meio ao turbilhão, elegerá o novo presidente no próximo sábado. Andres Rueda não é candidato à reeleição. Os postulantes são Marcelo Teixeira, Mauricio Maruca, Ricardo Agostinho, Rodrigo Marinho e Wladimir Mattos.
Protestos
Os torcedores do Santos presentes na Vila Belmiro se revoltaram com o rebaixamento do time, sacramentada com a derrota por 2 a 1 para o Fortaleza.
Assim que soou o apito final, enquanto parte da torcida chorava e lamentava a queda para a Série B, outra parte da arquibancada passou a protestar contra a equipe, com o arremesso de bombas e objetos no gramado e gritos de "vergonha". Torcedores também chegaram a invadir o gramado, precisando ser contidos por seguranças do estádio.
Os protestos tiveram sequência no entorno da Vila Belmiro, com quebra-quebra e confronto com policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo. Carros e ônibus foram incendiados nos arredores.
Em campo, vários jogadores se deitaram no gramado ao fim da partida, com muitos deles chorando, incluindo o treinador Marcelo Fernandes. Entrevistas depois do jogo não foram realizadas por falta de segurança.
Somente o coordenador técnico Alexandre Gallo se pronunciou, após o resultado que definiu a página mais triste dos 111 anos de história do clube.
"Em um clube com este tamanho, com esta camisa, com este peso, sabemos que isso marca muito. Não esperávamos que fosse acontecer. Fizemos o possível e o impossível para pontuar mais e estar em uma condição melhor. Peço desculpas", disse o dirigente.
Na manhã da quinta-feira (7), torcedores invadiram a Vila Belmiro e tentaram encontrar o presidente Andrés Rueda, que não estava presente.
Funcionários foram retirados da sala pelos torcedores. O grupo de cerca de 20 pessoas tentou acessar o arquivo das câmeras de monitoramento, mas não conseguiram. A polícia foi acionada e conteve a situação.

