Salto quádruplo e ouro após superar câncer; os destaques desta segunda nos Jogos de Inverno
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Kamila Valieva, 15, atleta da patinação artística, terminou sua apresentação no programa livre individual feminino por equipes dos Jogos de Pequim-2022 totalmente emocionada. E não é para menos.
Nesta segunda-feira (7), a patinadora russa se tornou a primeira mulher a conseguir um salto quádruplo na história das Olimpíadas de Inverno. Após acertar o primeiro, Valieva tentou um segundo salto desse tipo e conseguiu completá-lo. Só foi cair na terceira tentativa.
Com a nota de 178.92 em seu programa, ela ficou em 1º lugar com mais de 30 pontos de diferença para a segunda colocada.
Quem também brilhou na patinação, mas na modalidade dos 1.500 m de velocidade, foi a holandesa Ireen Wüst, 35, que conquistou o ouro e quebrou o recorde olímpico com um tempo de 1m53s28, seu tricampeonato na prova.
Sua compatriota Antoinette de Jong (1m54s82) conquistou o bronze. A prata ficou com a japonesa Miho Takage (1m53s72).
Foi a sexta medalha dourada de Wüst em cinco edições dos Jogos de Inverno, além de registrar seu 12º pódio em Olimpíadas. Apenas nos 1.500 m, a holandesa foi bronze em Turim-2006, ouro em Vancouver-2010, prata em Sochi-2014, ouro em PyeongChang-2018 e também em Pequim-2022.
Ela volta a competir nesta edição no dia 17, nos 1000 m feminino, prova na qual foi prata em Sochi há oito anos.
No snowboard, a grande história do dia foi contada pelo canadense Max Parrot, que conquistou o ouro na modalidade slopestyle.
Em 2018, logo após a disputa dos Jogos de PyeongChang, o atleta de 27 anos anunciou que havia sido diagnosticado com um Linfoma de Hodgkin, um câncer que se origina no sistema linfático.
Parrot ficou sem competir durante toda uma temporada do snowboard e enfrentou sessões de quimioterapia até junho de 2019.
Recuperado do câncer, o canadense voltou ao esporte e, no início de 2020, foi campeão do big air nos X Games de Aspen. Ele ainda disputará essa modalidade em Pequim, na semana que vem.
Antes disso, faturou nesta segunda o ouro no slopestyle, feito que coroa a sua caminhada de superação.
"Passar por 12 sessões de quimioterapia foi a coisa mais difícil que já enfrentei na vida. Me tornei uma pessoa mais forte. Tudo o que vivi me mudou como atleta e como pessoa. Toda vez que eu amarro meus pés no meu snowboard, eu aprecio muito mais do que antes. Você está sorrindo mais, tudo é mais positivo. Você coloca menos pressão em si mesmo, menos estresse em si mesmo", afirmou Max Parrot.
Destaque da delegação brasileira na China, Nicole Silveira, atleta do skeleton, teve bom desempenho nos treinos desta segunda.
No primeiro treino, Nicole ficou na quarta colocação, com o tempo de 1min02s47, 13 centésimos atrás da alemã Jacqueline Loelling, a líder da sessão. No segundo treino, a brasileira ficou em sexto lugar, com 1min02s8.
"Tem muitas atletas que estão aqui há anos descendo e mais de três treinos é demais para elas. Mas, para mim, quantas mais descidas eu consigo, melhor. Eu estou num nível que ainda tenho bastante o que aprender. Então, com certeza para mim foi muito bom ter vindo cedo e esse primeiro treino está mostrando, disse a atleta de 27 anos.