Equipe se transferiu para Balneário Camboriú com a justificativa de falta de apoio privado e público
Equipe se transferiu para Balneário Camboriú com a justificativa de falta de apoio privado e público | Foto: Marcos Zanutto/09-04-2018


A recente perda da equipe de vôlei feminino, que se transferiu para Balneário Camboriú (SC) para disputar a Superliga Nacional, foi mais um duro golpe para o esporte de Londrina e escancarou a dificuldade da cidade em manter trabalhos que exigem alto investimento.

Outras modalidades, como o basquete, o handebol e o futsal, já passaram pelos mesmos problemas enfrentados pelo voleibol em anos anteriores. Com a mudança do Londrina Vôlei, a cidade tem hoje em competições nacionais apenas o handebol masculino e o basquete masculino, que joga a Liga Ouro, segunda divisão do NBB (Novo Basquete Brasil).

Após perder o seu principal patrocinador, os dirigentes do voleibol londrinense deixaram a cidade disparando contra a falta de apoio público e privado para a manutenção do projeto em Londrina.

O presidente da FEL (Fundação de Esportes de Londrina), Fernando Madureira, lamentou a saída da equipe da cidade e alegou que a entidade fez tudo que poderia ser feito pelo time. "Acho que faltou um pouco de comunicação. Fiz até uma tentativa de aproximação com o prefeito, mas os dirigentes não quiseram assim", afirmou.

Quem conhece bem a realidade do esporte londrinense é o técnico da equipe de handebol, Giancarlos Ramirez. Iniciado em 1998, o projeto teve um hiato entre 2013 e 2015 por falta de recursos. Nem mesmo o fato de o time acumular títulos da Liga Nacional e do Pan-Americano de Clubes são suficientes para a equipe ter um respaldo financeiro suficiente para manter o trabalho em alto nível.

Para o treinador, a falta de incentivo para o esporte é uma realidade nacional e não apenas local. Ramirez, no entanto, destaca uma característica de Londrina, que dificulta ainda mais a busca por patrocinadores: "A cidade tem poucas grandes indústrias de varejo e isso restringe o potencial de investimento para o esporte". E Madureira acrescenta: "Falta uma cultura de investimento no esporte por parte dos nossos empresários".

Com investimento insuficiente por parte do poder público e pouco interesse das empresas, Londrina perde equipes, grandes jogos e eventos, que poderiam movimentar muito dinheiro na economia local.

"Quando se captam jogos e competições nacionais, você vende a cidade e, consequentemente, as indústrias e empresas também", afirma o presidente do Londrina Convention, Arnaldo Falanca. "Acredito que é preciso discutir a importância do esporte para a economia de Londrina, que é uma cidade do turismo de negócios. Esta discussão tem que unir poder público, privado e entidades."