SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Comitê Paralímpico da Rússia (RPC) anunciou que não irá recorrer da decisão que excluiu o país das Paralimpíadas de Inverno de 2022. Nesta quinta-feira (3), o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) definiu que atletas russos e de Belarus não poderão participar dos Jogos em Pequim para "preservar a integridade" do evento por conta da invasão à Ucrânia.

Em comunicado oficial, a entidade russa disse que a "decisão é absolutamente politizada" e que "contraria todos os postulados do movimento paralímpico". O RPC afirmou também que contratou escritórios de advocacia para estudar juridicamente a possibilidade de recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) e obter uma decisão favorável.

No entanto, tal medida esbarraria no artigo 2.9 do capítulo 'Jogos Paralímpicos' do Manual do IPC, que determina que "qualquer inscrição de atleta está sujeita à aceitação do IPC, que pode, a seu critério e a qualquer momento, recusar a inscrição de qualquer atleta sem indicação de motivos".

Além disso, a entidade alega que a falta de uma cláusula de arbitragem no documento impossibilita que o CAS seja acionado para resolver a questão. Assim, o Comitê Paralímpico Russo informou que decidiu "reservar o direito de apelar aos órgãos judiciais internacionais e nacionais competentes quando julgar necessário, oportuno e adequado".

Portanto, os atletas russos que viajaram até Pequim para os Jogos Paralímpicos de Inverno deixarão a capital chinesa. O RPC finaliza a nota agradecendo "de todo o coração a todos os apoiadores nesse momento difícil" e reforçando que a delegação "continua comprometida com os verdadeiros valores paralímpicos, que visam capacitar os atletas a alcançar a excelência esportiva e inspirar o mundo."

A Paralimpíada de Inverno teve início nesta sexta-feira (4) com a cerimônia de abertura. No evento, integrantes da delegação da Ucrânia ergueram os pulsos cerrados em forma de protesto contra a invasão russa no país.