MADRI, ESPANHA - A Data Fifa acabou, mas o trabalho do técnico Dorival Júnior segue a todo vapor até a Copa América.

Dorival se mudou para o Rio de Janeiro e dá expediente com a comissão técnica na sede da CBF. Eles chegam de manhã e saem à noite.

A rotina inclui assistir muito futebol, seja pela televisão ou in loco, como ocorreu no tour para jogos e treinamentos na Europa.

No fim de semana, técnico e seus assistentes têm uma escala de plantão. Dorival, auxiliares e analistas assistem pelo menos quatro jogos cada um.

As partidas incluem a lista de 50 selecionáveis. E um dos membros da comissão é responsável por assistir partidas de atletas que, a princípio, não estão no radar.

A ideia é não perder nenhuma oportunidade para outras seleções, como ocorreu com Matheus Nunes e ficou perto de acontecer com Galeno em Portugal.

Uma reunião é feita toda terça-feira para uma grande "mesa-redonda" sobre futebol. Todos falam do que viram no fim de semana, tanto de avaliações individuais quanto de inspirações táticas.

Quando Dorival e os auxiliares Lucas Silvestre e Pedro Sotero viajam para ver jogos, os analistas seguem com as demais observações. Não há um dia sequer sem análise de partidas de futebol.

Dorival pretende estar nos estádios nas finais dos estaduais, Liga dos Campeões e até na Arábia Saudita, onde jogadores como Alex Telles, Renan Lodi e Anderson Talisca são avaliados.

O Brasil venceu a Inglaterra, empatou com a Espanha e agora se prepara para a Copa América, que começa no dia 20 de junho. A seleção disputa amistosos contra Estados Unidos e México, nos dias 8 e 12.

"FALTOU ENERGIA CONTRA A ESPANHA"

"Hoje nos faltou vitalidade, talvez de energia que gastamos no jogo anterior. Mesmo assim, equipe mostrou valentia e foi atrás do resultado", disse Dorival.
"Hoje nos faltou vitalidade, talvez de energia que gastamos no jogo anterior. Mesmo assim, equipe mostrou valentia e foi atrás do resultado", disse Dorival. | Foto: RAFAEL RIBEIRO/CBF

O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, valorizou a valentia do Brasil no amistoso contra a Espanha, que terminou em 3 a 3. O enredo do jogo teve a seleção saindo atrás por 2 a 0, recuperando, levando mais um gol e se salvando após um pênalti aos 50 minutos do segundo tempo. No meio disso tudo, o treinador reconheceu que faltou energia ao time para jogar melhor - até por ter enfrentado a Inglaterra no sábado.

"Uma seleção que já tem um conjunto muito bem definido. Treinador já conhece os movimentos. Saímos do Brasil há 10 dias e poucos acreditariam no que aconteceu. Jogamos ótimo jogo na primeira partida. Hoje nos faltou vitalidade, talvez de energia que gastamos no jogo anterior. Mesmo assim, equipe mostrou valentia e foi atrás do resultado", disse Dorival.

"Espanha joga com posse. Demoramos a encontrar um posicionamento para anular a saída deles e a movimentação dos três homens de meio, que abasteciam os de fora, dois garotos muitos bons com características sul-americanas e que fizeram a diferença no jogo de hoje. Saímos com saldo positivo. Se fosse a primeira partida, teria outro nível porque nosso desgaste foi alto. Ficamos na dúvida entre repetir uma equipe que precisa de conjunto ou oxigenar".

Ele também reclamou da atuação da arbitragem. "Muito difícil. Próprio árbitro está na expectativa do VAR ajudar a definir. Percebi na marcação da primeira penalidade a dúvida dele, demorou 10 segundos para definir. Todos estão acostumados a jogarmos com apoio do VAR. Não há porque em um jogo desse nível não termos."

A atuação também teve comentários de Dorival. "Viemos de uma partida muito disputada e com poucos dias de recuperação além de viagem ontem. Resultado de tudo isso é muito positivo. Em poucos dias, o grupo assimilou uma ideia, entendeu o que queríamos na primeira partida. Hoje, no segundo tempo tivemos um esboço do que poderíamos ter feito logo na etapa inicial. Sofremos o terceiro gol e não desanimamos. Buscamos o empate. Pode-se questionar tudo, menos a capacidade e entrega dessa equipe."