O goleiro paranaense Rogério Ceni (foto), 27 anos, por pouco não foi o capitão da Seleção Brasileira, no jogo contra a Colômbia, anteontem, no Morumbi, em São Paulo. Poucos minutos antes de iniciar o jogo, o técnico Emerson Leão, o substituiu pelo lateral-direito Cafu, que completava cem jogos pela seleção. ‘‘O Rogério tinha sido o escolhido, mas como o Cafu completava o seu 100º jogo pela seleção e eu também consegui alcançar essa marca sei bem o que isso representa. Resolvi homenageá-lo e, em cima da hora, tirei a tarja de capitão do Rogério e passei para ele. Nada mais justo’’, explicou Leão.
Mesmo sem ter sido o capitão, o goleiro conseguiu uma outra posição de destaque e entrou para a história do futebol brasileiro. Foi o primeiro goleiro a cobrar uma falta representando a Seleção Brasileira.
O gol pela seleção foi adiado, mas o entusiasmo continua. ‘‘Sempre que for chamado para a cobrança da falta vou batê-la, mas não penso só nisso. A minha primeira função é defender’’, disse Ceni, o goleiro-artilheiro do São Paulo Futebol Clube, com 21 gols, 16 de cobrança de faltas e cinco de pênaltis.
Ceni começou cedo no futebol, mas a sua intenção não era ser jogador. Apenas brincava de jogar bola com os amigos no campinho de futebol da sua casa, em Pato Branco. Ele jogava na posição de meia direita. Quando se mudou para Sinop (MT), Rogério substituiu o futebol pelo vôlei. Chegou a ser campeão regional e estadual. Mas o futuro estava mesmo no esporte que é a verdadeira paixão nacional.
Em uma de suas ‘‘brincadeiras’’ foi descoberto por um olheiro que o levou para fazer testes no São Paulo. E, desde então, não saiu mais de lá. ‘‘O Morumbi é a minha casa. Faz dez anos que jogo pelo São Paulo. São quase 200 partidas pelo mesmo clube e, agora, foi um orgulho jogar no Morumbi, representando a Seleção. Melhor ainda, ganhando a partida.’’