Rodada teve poucas 'testemunhas'
PUBLICAÇÃO
sábado, 22 de janeiro de 2000
Osmani Costa
De Londrina
Nem parecia noite de jogo. Muito menos de dois jogos envolvendo quatro seleções pré-olímpicas. As bilheterias estavam abertas, mas não havia torcedores para comprar os 17 mil ingressos à venda. Os bares abriram, mas quase ninguém apareceu para tomar cerveja. Havia muitos policiais militares, mas nenhuma confusão ocorreu.
Foi ridículo o número de torcedores na segunda rodada do torneio em Londrina; pouco mais que 700 testemunhas. Dezenas de vendedores de água, amendoim e pipoca sentaram nas arquibancadas para conversar, fumar e assistir aos jogos. Nem nos banheiros masculinos havia fila pro xixi, situação que acontecia até nos clássicos Londrina x Portuguesinha pela segunda divisão do Campeonato Paranaense.
Na arquibancada especial, onde cabem 3.600 pessoas, apenas um casal comprou ingressos. Os advogados Charles e Fátima Araújo vieram de Rio Branco (AC) para acompanhar o Pré. Compramos gato por lebre. É muito caro R$ 20,00 para sentar neste concreto. Se soubesse que ficaríamos aqui sozinhos e cercados, eu tinha comprado o ingresso de R$ 10,00, reclamou Charles.
Poucos minutos antes de começar o primeiro jogo, a fonaudióloga Juliana Cury era a única a comprar ingresso nas bilheterias do portão principal. Nem sei direito quem vai jogar, mas para aproveitar a oportunidade resolvi vir ao estádio em todas as rodadas, comentou. O vendedor Paulo Henrique levou o filho Mateus e dois sobrinhos menores pela mesma razão: Temos que prestigiar o evento, que é muito importante para Londrina. E a gente que gosta de futebol, sempre quer ver boas partidas e gols bonitos. Não importa quem esteja jogando.
Quatro pessoas formavam toda a torcida do Chile. Liderados pelo contador Nelson Ogerse, eles viajaram mais de 3 mil km de automóvel. Estamos de férias, e aproveitamos para vir dar nosso apoio à seleção, comentou o chileno. Londrina é uma bela cidade, o estádio é bonito. Pena que está tão vazio, ele lamentou.