O Brasileirão começou. E já tem uma rodada a menos. Sim, ainda há muito por jogar, mas três pontos já foram disputados por cada time. E no campeonato de pontos corridos, a primeira e a última partida valem os mesmos três pontos, com diferença na necessidade de cada um.

Planejar o campeonato faz a diferença. Para Pep Guardiola, técnico do Manchester City, um campeonato se perde nas primeiras oito rodadas e se ganha nas últimas oito rodadas. É em achar que é apenas o início da competição que se desperdiça a possibilidade de uma diferença significativa para brigar pelo título. Ou é o “sprint” final de uma equipe forte e competitiva que garante o troféu máximo.

Qual a melhor forma? Equilíbrio no início e ter força para ser competitivo na reta final. Por isso, o começo já diz muito do que cada um pode fazer na competição, principalmente as primeiras rodadas sendo reflexo do que conquistaram nos estaduais. Para os clubes que estão em competições continentais, esse planejamento fica mais complexo pelo excesso de jogos decisivos num curto espaço de tempo. E é preciso priorizar.

Na semana passada, Tite, técnico do Flamengo, disse que ia conversar com a diretoria para “saber quais eram as prioridades no ano”. O torcedor rubro-negro não gostou, porque não quer um título, quer todos em disputa. Mesmo com uma hegemonia nos últimos anos ao lado do Palmeiras, o Flamengo sabe que há rivais cada vez mais fortes e primeiro é preciso chegar às finais, depois vencer.

Planejar e ser eficiente na execução, entendendo que a teoria terá sempre o desafio de um adversário à frente. A cada rodada a rota pode mudar, mas não o objetivo de que ao final do ano o resultado esteja o mais próximo possível da meta inicial.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do leitor não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina