Regata do Descobrimento rumo a Cabo Verde
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sábado, 18 de março de 2000
Regata do Descobrimento rumo a Cabo Verde19/Mar, 21:28 Por Julio Cruz Neto Cabo Verde, 19 (AE) - Depois de enfrentarem uma irritante e prolongada calmaria na primeira perna, entre Lisboa e Funchal, os veleiros que participam da Regata do Descobrimento seguem velejando de vento em popa rumo a Cabo Verde - a segunda perna termina no final da semana. Não que o vento esteja forte, mas pelo menos está soprando constantemente. Os competidores estão embolados, todos mais ou menos na mesma posição, com ligeira vantagem para o português Mariposa, primeiro a chegar a Funchal na semana passada. Hoje à noite, o Mariposa desenvolvia velocidade de 7,2 nós (13,3 km/h). Pelo menos foi isso o que a tripulação informou pelo rádio - o blefe também faz parte das regatas. Em segundo, vinha o Papa Léguas, com 8 nós (14,8 km/h), e em terceiro, o Viva, também com 7,2 nós. O Papa Léguas informou que estava fazendo "uma navegação tranquila e agradável". E que o 'balão' está armado desde a Ilha da Madeira. Balão é a vela fina e leve usada para aproveitar o vento de popa (a favor do barco), que a faz ficar bem inflada. O Corumii, que desistiu da competição mas continua fazendo a viagem, estava um pouco mais atrás - também sem enfrentar problemas, "com um vento bastante fraco, mas fazendo uma navegada tranquila", segundo informaram os tripulantes. Nas últimas 24 horas, haviam percorrido 154 milhas (285 km/h): "Falta pouco para a metade do caminho." Até Cabo Verde. Depois até Salvador, será uma viagem de 15 dias. Ainda longe da metade do caminho, André Homem de Mello vinha tentando tirar o atraso com seu veleiro Fia. André saiu de Funchal com dois de atraso porque teve problemas no motor, por esquecer de pôr óleo, e precisou esperar por uma peça de reposição. Para o Cisne Branco, que partiu um dia antes do Fia, foi um domingo de pouco vento. E mesmo com 25 velas içadas (15 redondas e 10 latinas), a velocidade não passou dos 5 nós (9,2 km/h). Nem a missa que o capelão (como se diz padre na Marinha) celebrou pela manhã ajudou. Pelo menos não aconteceu como na noite anterior, quando o navio velejava a uma velocidade de 10 nós (18,5 km/h) e 'jogava' muito: várias cadeiras tombaram e as xícaras e copos que estavam preparados para o café-da-manhã foram parar no chão, quebrados.

