Referência na formação, Londrina Atletismo bate recorde de convocações

Uma das grandes formadoras do atletismo brasileiro, a equipe Londrina/FEL/Ipec comemora a conquista do título do Campeonato Brasileiro sub-18 e a convocação de nove atletas para o Sul-Americano da categoria. Na principal competição do ano, o time londrinense venceu no feminino, no masculino e também no geral, conquistou 12 medalhas e deixou para trás equipes com muito mais investimentos.

O resultado comprova o trabalho de excelência da equipe de Londrina há 22 anos na formação e revelação de novos talentos para o atletismo nacional. "A nossa meta era brigar pelo título, mas não no geral. Tínhamos um planejamento maior para o feminino, mas as marcas que tínhamos no masculino nos permitiu ganhar o título geral. Felizmente superamos o nosso planejamento inicial", frisou o técnico e coordenador da equipe, Gilberto Miranda.

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Foram seis medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze, que garantiram o segundo título do Brasileiro para os londrinenses. O Londrina/Atletismo havia vencido a mesma competição em 2019. Julia Ribeiro, 17 anos, foi um dos principais nomes da competição e única a conquistar três medalhas de ouro nos 200 metros, 400 metros e revezamento 4 x 400 metros misto.

"Estou muito satisfeita porque tenho conseguido grandes resultados em pouco tempo. Agradeço muito à equipe e aos meus treinadores, que apostaram em mim", comentou a atleta, que começou no atletismo há cinco anos em um polo na escola onde estudava no Conjunto Roseira, zona sul de Londrina.

ESTRUTURA

Quem brilhou também no Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo (CNDA), em Bragança Paulista (SP), foi Matheus Gama, campeão dos 200 metros. Aos 16 anos, ganhou o seu primeiro ouro na categoria e admitiu que o resultado poderia ter sido ainda melhor. "Gostei do título, mas esperava um tempo melhor. Mas estava muito frio e com vento e por isso ficou difícil abaixar a marca", comentou.

Gama está no atletismo há apenas um ano e no início de 2022 trocou o Oeste do Paraná por Londrina para treinar na pista da UEL (Universidade Estadual de Londrina). "Aqui a estrutura é bem melhor e acredito que é o melhor para eu continuar evoluindo e buscar outros resultados no futuro", afirmou.

Trajetória semelhante tem Bianca Davi de Souza, 16 anos, especialista na prova dos 2 mil metros com obstáculos. Nascida em Jacarezinho (Norte Pioneiro), a fundista começou no atletismo aos oito anos e foi revelada no polo da equipe londrinense na sua cidade natal. Em 2021 veio morar e treinar em Londrina.

"Minha família sempre esteve envolvida com o atletismo. No fim de 2020, me destaquei em uma competição e me convidaram para vir para Londrina", relatou. "Já fui velocista, saltadora e marchadora, até me encontrar nas provas longas. Tem sido um ano muito bom, de superação e conquistas. E sonho com outras conquistas. Chegar em um Mundial, bater recordes, ir para uma Olimpíada e brigar por uma medalha".

Além de Júlia, Bianca e Matheus, outros seis atletas da equipe londrinense vão representar o Brasil no Campeonato Sul-Americano Sub-18, em setembro, em São Paulo: Luis Felipe Abílio (lançamento do martelo), Camila Flach (lançamento do disco), Gabriel Tavares (salto em altura), Paulo Romualdo (110 com barreiras), Luiza Camargos (salto com vara) e Ruan Miguel Souza (400 metros rasos).

Com estas nove convocações, a equipe de Londrina chega a 34 chamadas para a seleção brasileira no ano - 30 atletas e os técnicos Gilberto Miranda e Silvana Vieira, que entregou a comissão técnica do Brasil em três competições. A marca é recorde absoluto para o time londrinense, que em 2021 teve 21 convocações. "Acredito que tudo isso é consequência do trabalho que estamos fazendo há 22 anos. Procurando melhorar a estrutura a cada ano, com novos parceiros e patrocinadores, se especializando no trabalho de formação e contando com uma comissão técnica de grandes profissionais e que trabalha muito", frisou Miranda.