SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se há algo em comum nas conquistas recentes do Palmeiras é a participação decisiva de Raphael Veiga. Não seria diferente no Campeonato Paulista 2022.

O ponto de partida para a histórica virada sobre o São Paulo, neste domingo (3), no Allianz Parque, foi um gol que saiu dos pés do camisa 23 no jogo de ida, quando o placar já apontava 3 a 0 para os tricolores.

"Esse gol vai nos dar um gás", avisava o jogador. "Já mostramos outras vezes do que somos capazes."

A desvantagem ainda era grande, mas menos improvável de ser revertida. Afinal, isso já havia acontecido ao menos uma vez no Estadual, em 2007, quando o Santos virou sobre o São Caetano numa final também disputada em dois jogos.

No Morumbi, Veiga foi o único palmeirense que escapou das críticas dos torcedores. Até Abel Ferreira foi alvo da bronca da torcida com a atuação apática do time. No Allianz Parque, o armador voltou a brilhar e, desta vez, foi o símbolo de uma equipe que exibiu todo o seu repertório para buscar a vitória e o título.

Só no primeiro tempo, fez 2 a 0, com Danilo e Zé Rafael. Depois do intervalo, ampliou justamente com um gol de Veiga. Com 3 a 0, no agregado o time alviverde já vencia por 4 a 3. E tinha mais: antes do fim, Veiga marcou mais um na goleada por 4 a 0 no Allianz Parque, sacramentando a conquista.

Tem sido assim nas finais que o Palmeiras disputou desde outubro de 2020, quando o técnico português foi contratado. O camisa 23 foi titular em todas as partidas das nove decisões que o clube encarou neste período e anotou seis gols.

Quatro desses gols saíram nas últimas quatro finais que o time disputou (Recopa, Mundial, Libertadores e o Paulista). Somente no interclubes, diante do Chelsea, a participação dele não foi suficiente para garantir a conquista.

Na final da Recopa, aliás, ele também ajudou a dar um gás para aos companheiros na luta por uma virada. No jogo de ida, em Curitiba, o Athletico vencia o duelo por 2 a 1 até os acréscimos, quando Veiga empatou de pênalti, uma de suas especialidades.

Já foram 21 oportunidades, sendo 19 durante os 90 minutos de jogo e duas em decisões por penalidades máximas. Todas convertidas.

Curiosamente, o gol contra o São Paulo no Morumbi também saiu de uma bola parada, mas de um tiro de fora da área, em cobrança de falta.

No atual elenco, ele é o vice-artilheiro geral, com 53 gols em 179 jogos. Tem uma média de gols por partida de 0,28, superior até do que a do goleador, Dudu, autor de 77 gols em 349 jogos, média de 0,23.

Palmeirenses desde a infância, o meia pode se orgulhar de chegar neste domingo ao sétimo troféu pelo clube (Paulista 2020 e 2022, Libertadores 2020 e 2021, Copa do Brasil 2020 e Recopa 2022).

A importância do camisa 23 em cada um desses campeonatos reforça os argumentos de quem costuma defender a convocação dele para a seleção brasileira. Ele ainda espera, porém, por sua primeira chance no plantel comandado por Tite.

Questionado recentemente sobre o jogador do Palmeiras, o treinador disse que não "fecha possibilidades" de convocá-lo. Mas, a oito meses da Copa do Mundo no Qatar, o treinador não demonstra que poderá dar uma chance ao armador até o Mundial.

Para os palmeirenses, azar da seleção canarinho e sorte do clube, que continuará contando com o jogador, cada vez mais decisivo para o elenco do time alviverde.