da França. Foram cinco anos de trabalho na Europa, para a alegria dos jogadores e torcedores do Corinthians. O pesadelo, no entanto, não havia acabado. Em maio do ano passado, Raí voltou ao Morumbi para a disputa da última partida do Paulista, coincidentemente contra os corintianos. Raí marcou um gol e ainda comandou a vitória são-paulina por 3 a 1. Era mais um título na carreira do atleta. "Confesso que não esperava chegar ao São Paulo e já ser campeão", afirma. "Foi tudo tão rápido, que eu precisei de um tempo para assimilar essa mudança em minha vida." No domingo, o "carrasco" tem um novo desafio pela frente. Recuperado de uma séria contusão que o afastou por quase nove meses do futebol, o capitão do São Paulo está otimista em enfrentar, novamente, o Corinthians. "Quem sabe vou conquistar mais uma vitória nessa trajetória de sorte e superação", declara. "O Corinthians readquiriu a boa forma vivida no Brasileiro do ano passado e está muito concentrado no Paulista, após ser eliminado da Libertadores", completa, prevendo um jogo difícil. "Temos de manter o controle psicológico e não podemos nos acomodar por causa da vantagem, para não sermos surpreendidos", analisa o meia, que, em 1990, pelo São Paulo, perdeu um título nacional para o Corinthians. "Essa é uma prova de que, contra o Corinthians, a gente não pode bobear."Por Anderson Couto São Paulo, 02 (AE) - Além de contar com a vantagem de jogar por dois resultados iguais na semifinal do Campeonato Paulista, o São Paulo aposta na experiência do meia Raí, dono de um bom retrospecto diante do Corinthians, para lutar por uma vaga na decisão da competição. Das quatro mais importantes partidas disputadas contra o adversário, o atleta conseguiu obter sucesso em três delas, conquistando dois títulos estaduais para o São Paulo. Tudo começou, contudo, quando Raí ainda era conhecido apenas por ser "o irmão de Sócrates", no Botafogo, de Ribeirão Preto. No Paulista de 1986, a equipe do interior empatou por 4 a 4 com o Corinthians. Raí marcou três gols, o que despertou o interesse dos dirigentes são-paulinos pelo seu passe. No ano seguinte, Raí já estava no Morumbi. "Essa foi a partida que me projetou definitivamente no futebol", lembra o meia, com saudosismo. No São Paulo, Raí enfrentou os corintianos por duas vezes em decisões estaduais. A primeira foi em 1991, quando, no primeiro confronto da final, foi o autor de todos os gols na vitória por 3 a 0 sobre o rival. Na época, Raí nem acreditou em seu desempenho em campo. No jogo seguinte, o time do Morumbi empataria por 0 a 0, ficando com o troféu do ano. "Estava buscando me firmar na equipe", conta o jogador. "Foi uma vitória emocionante." Os três gols levaram Raí à artilharia da competição, dois à frentre de Guga, do Santos (20 a 18). A partir de então, o meia tornou-se uma espécie de "carrasco" dos corintianos. Em 93, o meia deixou o Morumbi para atuar no Paris Saint-Germain