Racismo e violência
Encontro na CBF foi o ponto inicial de uma série de ações para combater de forma mais efetiva os casos de discriminação dentro dos estádios
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Encontro na CBF foi o ponto inicial de uma série de ações para combater de forma mais efetiva os casos de discriminação dentro dos estádios
Julio Oliveira
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sempre foi criticada por se envolver pouco em questões que fossem fora da organização de competições. Muitos pontos já foram cobrados, mas sempre houve negativas quanto a posicionamentos. A entidade sempre entendeu que o sistema poderia se organizar por si próprio em vários temas, como profissionalização da arbitragem, obrigatoriedade de clubes terem times femininos etc.
Mas na semana passada houve um passo fundamental para mudança de postura de neutralidade em um assunto que a sociedade e o mundo do futebol têm cobrado, que é o combate ao racismo e à violência. Um seminário em sua sede, no Rio de Janeiro, debateu o tema com participações de membros da FIFA, Conmebol, polícias Civil e Federal e Senado. O encontro foi o ponto inicial de uma série de ações para combater de forma mais efetiva os casos de discriminação dentro dos estádios.
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Racismo e violência são problemas de uma sociedade que vive momentos de transformações muito rápidas, mas que a tolerância de todos tem diminuído para os excessos e os casos se tornado mais visíveis. Não sou da opinião que hoje existem mais casos de discriminação, mas que, sim, temos mais denúncias. Quando a CBF resolve debater e buscar soluções para algo que incomoda e traz para dentro de sua esfera, temos um real sentimento de coletividade. São ações assim que podem fazer mobilizar outros seguimentos a se envolverem em causas de toda uma sociedade.
O futebol tem uma grande influência na cultura popular, nos comportamentos, dita tendências, cria modismos, une e separa pessoas e, principalmente, tem uma linguagem de penetração forte em todas as camadas da população. Este envolvimento vai levar muito mais pessoas à reflexão, e não só aquelas que vão a estádios, mas todas que consomem o esporte. E se os clubes esperavam uma ação da “Casa do Futebol”, agora não têm como também não se engajarem em projetos próprios para somar resultados.
Clubes precisarão ter suas próprias ações de combate e controle ao racismo e à violência dentro dos estádios, cuidarem mais de seus torcedores, informarem e controlarem mais, sob pena de serem os reais punidos. O movimento pode ser puxado por um, mas precisa ser encampado por todos.
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