Sextou com mais uma decisão para o Londrina. Vai ser assim, até o final da Série B cada jogo, seja aqui ou fora, será crucial para o time tentar somar os pontos que evitariam o rebaixamento à terceira divisão. Na sexta passada, quando se esperava uma noite com sol na partida contra a Ponte Preta, o LEC perdeu sem merecer. Como de praxe, voltou a levar um gol muito cedo, mas conseguiu se recompor e criou muito mais chances do que a Macaca.

E pra piorar, teve aquele golaço do Moccelin anulado pelo VAR nos acréscimos do jogo por conta da tentativa do Zé Vitor em usar a mão em vez da cabeça no cruzamento que originou toda a jogada. Daquelas coisas inusitadas que levam a gente a perder qualquer traço de esperança de que a maré vai mudar para o Tubarão. Internamente, o grupo já admite que se não tombar hoje o Tombense, o único time que o Londrina venceu fora de casa, o boi vai embora com a corda e tudo.

Memórias de um massacre

Nesta semana veio à lembrança um dos momentos mais impressionantes que presenciei em anos cobrindo o Londrina Esporte Clube. Em 30 de agosto de 2003 (20 anos já?!) o Tubarão era massacrado pelo Paulista de Jundiaí por 7 a 1, numa Série B que tinha Palmeiras e Botafogo como as grandes estrelas. Estive no estádio Jaime Cintra como repórter do extinto Jornal de Londrina na companhia do fotógrafo Roberto Custódio. Deus do céu.

À medida que a goleada se consumava - a partir dos 18 minutos do segundo tempo já estava 4 a 1 -, vinha a convicção, com pitadas de consolo, de que eu testemunhava um jogo histórico, por mais que de tristes marcas. Me lembro de consultar o cronômetro quando os paulistas fizeram 7 a 1 e ainda restavam pelo menos 15 minutos de jogo. Uma eternidade. O Londrina já com um jogador a menos em campo e a torcida do Paulista querendo mais e mais gols. Os papeis da minha caderneta voaram com o vento gelado que cortou o estádio naquele início de noite de sábado. O menor dos males diante de tanto estrago.

E a "tragédia de Jundiaí", como a FOLHA denominou o acontecimento à época, ainda teve contornos de comédia: horas depois do jogo, luzes do estádio apagadas, nós da imprensa londrinense tivemos que sair de lá guiados pelo Alemão, o ex-técnico recente do LEC que defendia o Paulista como jogador. Gentilmente nos conduziu até o acesso para a rodovia. Estávamos literalmente sem rumo.