Janaina Tupan Frare
Especial para a Folha
Dos 20 atletas que estão treinando em Londrina pela seleção brasileira infanto-juvenil, quatro são paranaenses. Luís Gustavo Sanches, 16 anos, é de Maringá. Os outros três, Luís Felipe Fonteles, 15; Bruno Medeiros, 16; e Samuel Fuchs, 15, são de Curitiba.
Luís Gustavo, 1m85, começou cedo no esporte e, com 11 anos, já atuava no Cocamar/Regina Mundi, de Maringá. Apesar da pouca idade, treinava com técnico famoso, o Dema, que comandou a principal equipe da cidade.
‘‘Valeu. Deu para aprender bastante’’, disse o jovem atleta, que foi convocado pela primeira vez para integrar a seleção brasileira.
Segundo o curitibano Luiz Felipe, ‘‘quero jogar vôlei para o resto da vida.’’ Mas, mesmo fazendo o que gosta, ele reconhece que vida de atleta não é fácil. ‘‘Para alcançar o nosso objetivo, não tem distração. Tem é que treinar pesado.’’ Luiz Felipe, 1m95, é um dos atletas que o basquete perdeu para o vôlei. Com apenas 11 anos, ele já tinha 1m75.
O técnico do Grêmio/Sercontel/Londrina, que disputa a Liga Masculina de Basquete, Enio Vecchi, ficou surpreso com o tamanho do meninos que encontrou no Ginásio Moringão antes do treino de sua equipe. ‘‘O problema é que o basquete ficou um bom tempo sem promover campeonatos brasileiros para a garotada, e é claro que nessa idade eles querem jogar, viajar. Com isso, as outras modalidades saíram ganhando’’, explicou.
E foi isso o que aconteceu com o ex-jogador do Clube Curitibano. ‘‘Eu queria jogar basquete, mas como fiz um teste com o técnico da minha irmã no Curitibano e ele já me convocou para disputar um torneio como titular no vôlei, eu topei.’’ Luiz Felipe não se arrepende da escolha. ‘‘Eu poderia ser um desastre como jogador de basquete. No vôlei, pelo menos, deu certo.’’
O outro ex-jogador do Curitibano, clube que extinguiu o vôlei recentemente, Bruno Correa, 1m91, também teve influência da família para escolher a modalidade como favorita. E foi no vôlei que Bruno conheceu o seu melhor amigo, o técnico André Matos, do Círculo Militar, de Curitiba. ‘‘Foi ele quem me descobriu.’’
O motivo que levou o outro curitibano, Samuel, para o vôlei foi bem diferente do de seus companheiros. ‘‘Fui por causa da bolsa de estudos que ía ganhar’’, disse ele, que iniciou a carreira no vôlei há dois anos.
Quando começou a jogar no Clube Santa Mônica, ele ganhou uma bolsa de estudos no Colégio Decisivo. ‘‘Agora vou me empenhar tanto no vôlei quanto nos estudos para não perder a bolsa’’, diz o jogador da 8ª série do 1º grau.