Prata na Paralímpiada, Tofalini é recebido com festa em Londrina
Paratleta subiu ao pódio na canoagem individual 200m VL2 em Paris: “fruto de muito trabalho, dedicação e fé”
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quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Paratleta subiu ao pódio na canoagem individual 200m VL2 em Paris: “fruto de muito trabalho, dedicação e fé”
Pedro Marconi
Foi com muita festa e alegria que o paracanoísta que mora em Londrina Igor Tofalini foi recebido no aeroporto governador José Richa pela família e amigos. O paratleta retornou à cidade nesta quarta-feira (11) após garantir a medalha de prata na Paralimpíada de Paris, na França, na canoagem individual 200m VL2, prova em que os competidores usam o tronco e braços na remada. “Estou muito feliz por ser recepcionado pela minha família, amigos e trazendo essa medalha para o Brasil, o Paraná e Londrina. É fruto de muito trabalho, dedicação e fé”, resumiu.
Quem logo foi para os braços de Igor foi o filho mais novo, Joaquim, de um ano. Esperto e atento, já quis ver a cobiçada medalha. “Essa medalha significa muito para mim. Sonhei e lutei muito. Longe da família, dos meus amigos, minha esposa. São objetivos que colocamos e tem toda uma luta por trás”, destacou o “Peão das Águas”, como é carinhosamente conhecido. Ele ainda tem outro filho, João, de 16 anos.
O paratleta faturou o mundial da modalidade em 2018 e 2022 e já foi seis vezes campeão brasileiro. Essa foi a segunda Paralimpíada. A primeira havia sido a do Rio de Janeiro, em 2016, quando chegou até a semifinal. “Essa era uma medalha que queria colocar no meu quadro e hoje estou trazendo para casa. Escrevi meu nome na história dos Jogos Paralímpicos”, afirmou. Igor Tofalini ainda desfilou em carro aberto até o Iate Clube, onde treina e faz parte da equipe de paracanoagem. A tarde deverá ser recebido no gabinete do prefeito Marcelo Belinati.
Quem não conteve a emoção ao vê-lo foi a esposa Fernanda Tofalini, que enalteceu a importância da conquista para toda a família. “O Igor é um exemplo de marido, de pai. Ficamos três anos longe para ele poder ir em busca desse sonho, que construímos juntos. Deu tudo certo e é muito bom receber ele com essa medalha. Ele é muito determinado e merece. Fizemos uma ‘rede’ para que pudesse se dedicar apenas com isso e agora ele volta para casa com a medalha”, enalteceu.
No último ciclo paralímpico em que Igor precisou ficar afastado de Londrina para os treinamentos e preparação, os familiares sempre davam um jeito de se reencontrar, seja com viagens ou o auxílio da tecnologia. Sem contato nenhum pessoalmente foram os últimos 40 dias, por conta da ida para Paris. “O Joaquim ainda não entende, mas já gosta de brincar com medalha e ver o pai na televisão. É muito legal. O João tem muito orgulho do pai”, comentou Fernanda.
FUTURO
Igor também faz parte da seleção brasileira de paracanoagem. Ele ficou paraplégico em 2011, depois de ser pisoteado por um touro. Na época era peão de rodeio. Hoje, aos 41 anos, o londrinense de coração, e cambeense de nascimento, espera descansar, mas já de olho no futuro. “O objetivo é estar em Los Angeles (nos Estados Unidos) daqui quatro anos. Temos exemplos de grandes atletas com idades avançadas nos Jogos Paralímpicos e conquistando medalha. Quando acreditamos, colocamos Deus na frente e buscamos com perseverança e dedicação”, refletiu.
POTÊNCIA
O Brasil terminou a Paralimpíada entre os cinco países com mais medalhas, somando 89, sendo 25 de ouro. Foi a melhor colocação no quadro de medalhas na história da competição. “O Brasil mostrou mais uma vez que é uma potência. Fizemos uma dobradinha histórica com o (Fernando) Rufino com o ouro e eu a prata. Isso mostra que nossa modalidade tem um potencial gigantesco e mostramos mais uma vez para o mundo que a paracanoagem tem muita força”, avaliou.