A Polícia Civil prendeu um dos suspeitos de ter matado o jogador Daniel Corrêa Freitas, 24 anos, ex-meia do São Paulo, na madrugada de sábado (27), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Corpo do jogador foi encontrado em matagal na RMC no último fim de semana
Corpo do jogador foi encontrado em matagal na RMC no último fim de semana | Foto: Marcello Zambrana/Agif/Estadão Conteúdo/21-06-2016



O empresário Edson Brittes Júnior, 38 anos, foi preso em casa na manhã de quinta-feira (1º), no bairro Guatupê. Foram detidas também de forma temporária (mandado de 30 dias) a esposa do suspeito e a filha dele de 18 anos como suspeitas de coautoria. Os três estão detidos na Delegacia de São José dos Pinhais e serão ouvidos formalmente na segunda-feira (5).

De acordo com a investigação da polícia, Daniel chegou a Curitiba na tarde de sexta-feira (26) para participar da festa de aniversário da filha do empresário em uma boate da Capital. No fim da madrugada de sábado, um grupo de convidados seguiu para a casa da família em São José dos Pinhais para continuar a festa. No local, Daniel teria sido espancado; o corpo foi encontrado na manhã de sábado em um matagal na Colônia Mergulhão, na zona rural do município. A vítima teve praticamente o pescoço degolado e o órgão genital decepado.

Segundo o delegado da Primeira Delegacia Regional de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, Brittes relatou que flagrou o jogador na cama com a esposa e passou a agredir Daniel com socos e pontapés com o auxílio de outras pessoas que estavam na festa.

"A vítima ficou desacordada e foi colocada no porta-malas do carro do suspeito e depois desovada neste matagal", afirmou o delegado. Pelo menos dez pessoas estariam na casa da família e a polícia investiga mais três homens que teriam participado das agressões e da morte de Daniel.

Na quarta-feira (31), a Polícia Civil já havia ouvido uma testemunha, que estava com o jogador na manhã do crime e que disse aos investigadores que presenciou o momento em que Daniel foi espancado por quatro homens e que os agressores pegaram uma faca antes de saírem com o jogador da residência. O veículo do suspeito foi apreendido e passará por perícia.

Em entrevista à RPC (Rede Paranaense de Comunicação), Edson Brittes relatou que se descontrolou quando começou a agredir a vítima. "Eu fiquei aterrorizado quando vi ele com a minha mulher. Eu bati muito nele. Muito, muito. Tirei ele para fora da casa, não sei se estava acordado, desacordado, se só tinha fechado o olho", afirmou.

O empresário contou ainda que os amigos o tentaram impedir de cometer o crime: "Eu não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro, uma faca pequena. Eu não sabia que eu ia fazer aquilo, eu estava desesperado, fora de mim". A polícia investiga também mensagens que o jogador teria trocado com amigos e fotos feitas pela vítima na cama ao lado da esposa do suspeito.

A defesa do empresário informou que Brittes ouviu gritos do quarto onde a esposa estava dormindo e precisou arrombar a porta que estava trancada para entrar. "Esta tragédia foi precipitada por uma ação absolutamente ignominiosa por parte do Daniel, que abusou da confiança e partiu para cima da mulher do Edson, tirando selfie, tratando-a como objeto sexual e tentando estuprá-la", afirmou o advogado Claudio Dalledone.

Para o delegado Amadeu Trevisan, a ação do suspeito foi demasiadamente excessiva: "Mesmo que tenha havido a tentativa de estupro, a resposta do suspeito foi totalmente desproporcional. Ele agiu de forma cruel e desnecessária".