A Polícia Civil investiga um segundo caso de racismo no jogo entre PSTC e Arapongas pelo Campeonato Paranaense sub-17, disputado no último sábado (10). Após ser preso em flagrante por insultos racistas contra o árbitro da partida, um torcedor do Arapongas é suspeito também de injúria racial contra um jogador do time londrinense.

A denúncia do suposto segundo crime chegou à polícia por testemunhas que estavam no Centro de Treinamentos do PSTC, local onde o jogo foi realizado. "Conseguimos contato com o adolescente e vamos ouvi-lo na próxima semana para confirmar a denúncia e se ele reconhece o mesmo torcedor como o autor dos insultos", informou o delegado do 4º Distrito Policial, Antônio Silvio Cardoso, responsável por concluir o inquérito. "Estamos analisando se há câmeras de segurança na região que podem auxiliar na investigação e se há alguma testemunha a mais que possa ser ouvida".

Mas, de acordo com o delegado, o crime de racismo contra o árbitro está bem caracterizado. "Os depoimentos da vítima e dos seus assistentes e também de algumas testemunhas demonstram bem o crime. Inclusive, os próprios auxiliares do árbitro já haviam alertado o acusado sobre os xingamentos racistas", ressaltou.

O boletim de ocorrência registrado pelo árbitro relata que o homem usou os termos "macaco ladrão" e "preto safado" por mais de uma vez. A Polícia Militar foi acionada e precisou pedir reforço para conter os cerca de 70 torcedores do Arapongas que acompanhavam o jogo. Os policiais precisaram usar spray de pimenta para controlar a confusão e dispersar os indivíduos.

O acusado foi preso em flagrante, mas conseguiu na justiça a liberdade provisória na segunda-feira e vai responder o crime em liberdade. A defesa do torcedor alegou no pedido de liberdade o fato do acusado não ter antecedentes criminais e de ser um ato não violento. O crime de racismo é inafiançável e pode resultar em até sete anos de reclusão.

"Em caso de confirmação do racismo contra o jogador, o acusado vai responder por este segundo crime, que terá o agravante de ser contra um adolescente", finalizou o delegado.

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