O técnico Gilberto Pereira é o novo reforço do Iraty. O treinador deixa o Londrina para ser uma espécie de manager no Azulão. Ele definiu os últimos detalhes do acerto ontem à tarde, com o presidente do clube, Sérgio Malucelli.
Pereira comandará o Iraty no Campeonato Paranaense e, depois, coordenará o trabalho no novo Centro de Treinamentos da equipe, instalado em Londrina. Será uma espécie de coordenador. ''Vou gerenciar o projeto da SM Sports. Na primeira fase eu fico em Irati e depois venho para Londrina'', afirmou o treinador, que tinha propostas de Atlético de Sorocaba e Novo Hamburgo.
Pereira deixa o Londrina com uma grande dívida a receber. Dos cinco meses em que trabalhou no clube nesta segunda passagem pelo Tubarão, ele recebeu apenas 70% dos salários do primeiro mês. Como sabe que dificilmente receberá o que que tem direito sem ter que procurar a justiça, ele estuda até ajudar na negociação de algum atleta, até mesmo com o próprio Iraty.
Dentro de campo, Pereira fez até mais do que podia. Com um time limitado, ele conseguiu levar o Londrina até a terceira fase da Série D do Campeonato Brasileiro. ''Foi uma passagem atípica, bem diferente. Uma das mais desgastantes, porém, mais prazerosas também. Fomos até onde tivemos forças'', analisou.
Nos cinco meses no comando do clube, Pereira passou pelas mais variadas situações. Viu seus jogadores fazerem greve por atraso de salários, teve que brigar, literalmente, com o presidente Peter Robson da Silva para que o dinheiro de uma renda de jogo fosse usado para pagar salários de jogadores e não para outros fins, levou pito do prefeito Homero Barbosa Neto (PDT), porque cobrou o presidente publicamente em semana de decisão, ouviu desculpas daqui e dali da direção, que insistia em não honrar o que havia prometido quando o contratou, foi absolvido em um julgamento, suspenso em outro... ''Mas não realizei o desejo de subir o Londrina uma divisão'', lamentou.