São Paulo, 15 (AE) - Seria "chorar de barriga cheia" dizer que faltou algum título na carreira, disse Magic Paula, hoje, ao anunciar, oficialmente, que estava abandonando a carreira. Os títulos são muitos e importantes, por clubes e seleção. "Sei que fiz o máximo e o basquete me deu o máximo." Mas, quando fecha os olhos e busca na memória o momento mais marcante dos 27 anos em quadra, a mente de Paula registra a conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Cuba, em 1991. E a medalha de ouro recebida das mãos do comandante Fidel Castro. "Curtimos muito aquele momento, quando o Fidel brincou, dizendo para mim e a Hortência que tínhamos uma mira a laser", recordou.
Principais adversários na carreira? A resposta é imediata. "Todos os times da Hortência", disse, sobre a maior rival em clubes e parceira na seleção. Pelo Brasil, Paula ganhou os títulos de campeã mundial (Austrália/1994), vice-campeã olímpica (Atlanta/1996), campeã pan-americana (Cuba/1991) e campeã da Copa América, em sua despedida oficial da seleção, em 1997, em São Paulo. Depois, voltou para disputar o Mundial da Alemanha, em 1998. Paula ainda foi cinco vezes campeã sul-americana.
Ela atribuiu ao estágio de maturidade da dupla com Hortência as conquistas de 1994 e 1996. "Éramos ativas no grupo." Pelos clubes que passou, desde o início da carreira, aos 10 anos, na Escola Dom Bosco, em Oswaldo Cruz, foi oito vezes campeã paulista, quatro brasileira, duas mundial, duas pan-americana, sete dos Jogos Regionais e quatro dos Jogos Abertos.
Estatísticas de pontos? "Não lembro, nunca tive, sou do tempo do onça." Mas afirmou que nunca se preocupou com os pontos, em função do seu estilo de jogo, de fazer assistências, conduzir o ataque. Magic ficará eternizada pelas jogadas geniais
como a dos Jogos da Amizade, em Seattle, quando rodou a bola pelo corpo para a bandeja, perfeita.