Paratleta londrinense tem improvisado para manter rotina de atividades

A paratleta londrinense do halterofilismo Márcia Menezes tem improvisado neste período de quarentena para não perder o ritmo. De olho nas Paraolimpíadas de Tóquio, que foram adiadas, ela está treinando em casa e com poucos acessórios, já que não conta com os equipamentos necessários para uma atividade completa. Os exercícios têm sido diários, com cerca de uma hora de duração.

De acordo com Menezes, o principal objetivo é não “enferrujar”. “Estou utilizando elástico, fita condicionante, fazendo alongamentos, abdominais. Tenho pesos leves, de até quatro quilos, que venho usando também, pelo menos para o bíceps e tríceps. Se parar totalmente perde”, contou.

Antes de todas as medidas de isolamento social serem adotadas, por recomendação das autoridades de saúde e seguindo decretos governamentais, a paratleta mantinha uma rotina intensa, com treinos cinco vezes por semana, de duas a três horas cada, se dividindo entre academia e a UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Desde o dia 16 de março parou de frequentar os locais de treinamento, procurando permanecer em casa, junto com a família. “A minha deficiência é uma sequela de poliomielite, então acabo entrando no grupo de risco”, destaca.

Há sete meses morando em Londrina, depois de seis anos vivendo em São Paulo em função do esporte, Márcia Menezes avalia que foi positivo o adiamento dos Jogos para o ano que vem. As demais competições foram suspensas por seis meses. “O momento é de priorizar a vida. Uma competição pode ser adiada, acontecer em outro ano. Estou acostumada a treinar, é um desafio, porém, é a hora de nos preservarmos, cuidar dos idosos. Não existe essa questão de carreira de atleta, tem que se cuidar”, ressaltou.

A londrinense, que é referência no halterofilismo com títulos nacionais e internacionais, tem mantido o otimismo de que tudo irá passar logo, alimentando o sonho de conseguir chegar à terceira Paraolimpíada da carreira. “Enquanto houver chance, vou lutar por isso.”