São Paulo - O Palmeiras soltou uma nota oficial acusando o diretor de futebol Carlos Belmonte de xenofobia contra o técnico Abel Ferreira. O clube afirma estudar as medidas legais cabíveis.

Carlos Belmonte foi flagrado xingando Abel de "português de merd*". A frase foi dita durante confusão entre a delegação do São Paulo e a arbitragem no túnel do vestiário após o jogo deste domingo (3). O Choque-Rei, no Morumbis, terminou empatado por 1 a 1.

O diretor ainda xinga o árbitro do jogo Matheus Delgado Candançan e acusa Abel de "apitar o jogo". A polícia precisou intervir para conter diretores e jogadores do Tricolor que partiam para cima da arbitragem.

Safado do caralh*! O Abel apitou para vocês, este português de merd*!, disse Belmonte em vídeo revelado pelo 'ge'.

O presidente Julio Casares também acusou Abel de apitar o jogo em entrevista após a partida. O mandatário repudiou a arbitragem, disse que Calleri foi xingado por um dos assistentes e acusou o auxiliar de Abel, João Martins, de rir ironicamente de toda a situação.

O Palmeiras não gostou nada da declaração de Casares e entendeu a fala do presidente como uma ofensa a Abel Ferreira.

A rivalidade crescente entre São Paulo e Palmeiras chegou a outro patamar quando o time tricolor vetou a sala de coletivas para o técnico Abel Ferreira conceder entrevista.

O vestiário após o jogo colocou fogo no barril de pólvora que já havia sido a partida. A arbitragem polêmica com a não expulsão de Richard Ríos e o pênalti marcado a favor do Palmeiras foram motivo de revolta pelo lado são-paulino.

Na saída de campo, os são-paulinos entraram em conflito com a arbitragem com xingamentos e foram contidos pela polícia. Calleri, Rafinha e diretores tricolores aparecem em vídeos xingando o árbitro Matheus Delgado Candançan.

O São Paulo vetou a sala de coletivas do MorumBis para Abel Ferreira. O clube alegou, em nota, "reciprocidade" para o veto. O São Paulo lembrou a última vez em que esteve no Allianz Parque, quando precisou fazer sua entrevista em um espaço improvisado ao lado da Zona Mista onde ficam os jornalistas.

O Palmeiras afirmou, também em nota, que o clube tricolor não lhe deu opções e, por isso, cancelou a entrevista. O Verdão diz que só foi avisado do veto após a partida e que, inclusive, seu backdrop digital já estava preparado para a coletiva.

O São Paulo nega categoricamente que não tenha dado opções ao rival. O time tricolor afirma que apenas vetou a sala de coletivas, como o Palmeiras geralmente faz no Allianz, mas não vetou que outro espaço dentro da área de imprensa e zona mista fosse utilizado, como ocorre no estádio palmeirense.

Imagem ilustrativa da imagem Palmeiras acusa diretoria do São Paulo de xenofobia e desrespeito contra Abel
| Foto: Yuri Murakami /Fotoarena/Folhapress

Abel deixou o estádio pela zona mista e ao passar disse a seguinte frase: "não deixaram a gente falar".

O artigo 48 do regulamento do Campeonato Paulista declara obrigatória a entrevista coletiva após a partida. Em seu parágrafo segundo, ele diz que é "obrigação do clube mandante oferecer espaço e estrutura para organização e realização das entrevistas".