Todo mundo um dia já teve medo de fantasma. Até mesmo os grandes times do Paraná, como Coritiba e Atlético, já tiveram seus momentos de pânico com a assombração. Mas não se trata de nenhuma alma penada. O Fantasma, neste caso, é o Operário Ferroviário Esporte CLube, que ganhou este apelido na década de 20 por aterrorizar os clubes da capital e dificultar os jogos contra eles.
''A própria imprensa escrita de Curitiba foi quem deu esse apelido. Os clubes da capital vinham jogar em Ponta Grossa e sofriam sérios revéses, aqui. Por isso, diziam que o Operário era um verdadeiro fantasma às suas pretensões'', conta o ex-jogador de futebol e ex-técnico, José Cação Ribeiro Júnior, que se tornou escritor e publicou um livro sobre a história do clube (''O Fantasma da Vila'').
O apelido explodiu de vez em 1961, quando o time conquistou o título da Zona Sul, em cima do Coritiba. A torcida adquiriu uma veículo tipo jardineira, adaptou uma espécie de vagão e montou o ''Trem Fantasma''. Por toda a carroceria foram pintadas imagens de fantasmas. ''A cidade pegou fogo. Bandeiras alvinegras tremulavam e se juntavam ao barulho ensurdecedor dos fogos de artifício e das buzinas dos carros. O povo dava vivas ao fantasma, campeão'', relembra Ribeiro Júnior. (T.M.)