Três meses após a Copa do Catar já começa um novo ciclo para o próximo mundial. A primeira data reservada às Seleções permite começar este planejamento. A maioria se renovando em vários aspectos, como convocados e comissão técnica.

Há, nas duas últimas décadas, um domínio mais forte dos times e seleções da Europa. E essa hegemonia está longe de acabar. O aumento no número de participantes para o próximo mundial vai permitir um desnível técnico ainda maior, e uma primeira fase pouco atrativa.

Enquanto o mundo todo aproveita essa primeira semana para amistosos entre as datas concedidas pela FIFA, na Europa já é competição. As eliminatórias para a Euro-24, que começaram na última quinta-feira, permitem que as seleções do velho continente comecem este novo ciclo em competição. As 53 seleções, até novembro, já têm um calendário fechado e competitivo. E ainda tem a Liga das Nações, que terá finais no meio do ano.

Os melhores campeonatos nacionais já estão na Europa. Os melhores jogadores do mundo jogam lá, também. E a base da Seleção Brasileira, idem. E agora, o novo técnico pode ser estrangeiro, e europeu.

Olhar para a próxima Copa do Mundo precisa passar por essa mudança na concentração e domínio territorial que acontece atualmente, mesmo a Argentina tendo sido campeã na última edição. E pode ser mais grave do que se apresenta: os nossos jovens estão assistindo a mais jogos de lá do que os torneios brasileiros, e os seus maiores ídolos não estão mais no Palmeiras, Corinthians ou Flamengo; estão no Manchester City, Real Madrid e PSG.

O que torna uma competição imprevisível e atraente são as diferentes escolas que se apresentam para surpreenderem umas às outras. E novos conceitos serem apresentados. Mas, se todos estão na Europa, e tudo só está acontecendo lá, não há nada para nos surpreender no futuro próximo.

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