O Mundial de Clubes está aí para comprovar que dinheiro e futebol nem sempre se complementam em história certa de sucesso. É preciso mais. Os árabes, do petróleo que jorra, querem fazer brotar uma nova rota do futebol mundial, mas sem força técnica. O dinheiro está comprando tudo, menos história.

O torneio tem sido dominado pelos europeus, também milionários, que venceram as últimas 10 edições e são favoritos novamente com o Manchester City. Mesmo o time inglês não vivendo um bom momento técnico é muito superior a todos os outros. Mas o futebol, às vezes, surpreende e é neste fator que imperam as esperanças de adversários.

O todo poderoso Al Ittihad, de Benzema, Kanté e Fabinho, foi atropelado pelo Al-Ahly. O time egípcio mostrou mais conjunto, mais organização e desenho tático mais equilibrado, o que permitiu o domínio absoluto do jogo. E, por aqui, todos já estavam com “medo” de Benzema e companhia. A equipe saudita tem o dinheiro, compra quem quiser, mas o futebol ainda precisa de muitos outros elementos além do poder financeiro.

O Manchester City se apoiou no alto investimento, mas precisou de tempo para fazer história vencedora em títulos. Tornou-se forte, competitivo e respeitado não só pelo peso de caixa, mas pelo desenho esportivo. A força do dinheiro aumenta as diferenças, mas sem coerência nas contratações só se empilham craques, que nem sempre funcionam bem juntos. No City ainda chegou Pep Guardiola, o melhor de todos.

Esta conta não exata do futebol de que basta comprar os melhores e vencer é que ainda faz o esporte apaixonante. O Fluminense tem uma folha mensal quatro vezes inferior à do Palmeiras, cinco vezes à do Flamengo e quase sete vezes menor que o salário mensal de Benzema. O Fluminense conquistou a Libertadores, hoje um título até mais desejado do que o Brasileirão. O Fluminense está no Mundial de Clubes e já faz história.

Os números ajudam a contar a história, mas são os resultados que ficam para todo sempre.