O domingo sempre foi o dia mais especial do esporte. As gerações mais antigas se acostumaram a dedicar o dia do descanso para acompanhar o futebol. O domingo à tarde, quatro horas, é o horário nobre do futebol e jamais será superado. Mesmo com mudanças de hábitos e campeonatos se sobrepondo uns aos outros, a tarde de domingo sempre será nobre.

Com o futebol sempre o primeiro esporte no país, outros vieram ao longo das décadas ganhando preferências e acompanhamentos. Com isso, tiveram que brigar por horários alternativos para ganhar espaço em gosto e torcida. O Automobilismo ganhou as manhãs de domingo. Quem, por muitos anos, não começava o domingo só depois de assistir a Piquet, Senna, Massa? E depois era o assunto do dia, ao menos até às quatro da tarde, até o futebol de domingo.

Para alguns, pode parecer só saudosismo essa coisa de relembrar hábitos que a vida moderna tratou de não priorizar mais, mas penso que vai além. É também a relação com determinados segmentos que acabam definindo comportamentos. E assim gostos, hábitos, agendas e preferências. E somando paixões. E chegou o Vôlei.

Se algumas modalidades tinham seus horários intocáveis, outras tiveram que ir se ajustando para ganhar empatia e marcar território. Não conquistaram horários nobres, mas conseguiram se tornar tão amados quanto o futebol. E, claro, as conquistas olímpicas e mundiais ajudaram e muito para que o Vôlei se tornasse, praticamente, como o segundo esporte mais assistido no país.

O Brasil, que já não assusta nenhum adversário no futebol, é temido em quadra. É respeitado e reverenciado, é estudado e admirado. O Brasil da quadra encanta, fez criar um jeito diferente de ver atletas se tornarem estrelas mostrando que não é preciso viver o estrelismo para se conservarem atletas e campeões.

Ontem o Vôlei foi espetáculo pela manhã. Foi dia de acordar cedo para comemorar uma vaga olímpica, dia de acordar cedo para ver uma nova geração brilhar na casa do vôlei. As meninas já estão classificadas para Paris. Ao final, choraram. As lágrimas tinham alegria, comemoração natural depois de um Pré-Olímpico duríssimo, mas tinham também a dor da perda de uma eterna campeã: Walewska Oliveira. Wal estava no time de ouro de Pequim 2008. Wal foi gigante. E as meninas, no Japão, não puderam se despedir, e homenagearam à distância com o objetivo alcançado, para que não esqueçamos que o país o Brasil do Futebol é também o Brasil do Voleibol.