Florianópolis - As disputas por vagas na segunda edição de Jogos Olímpicos com a presença do skate prometem ser acirradas até Paris-2024. O calendário de torneios que distribuem pontos para o ranking da federação internacional (World Skate), critério para definir os participantes nas Olimpíadas, deverá ser divulgado nos próximos meses. A largada da corrida está prevista para o segundo semestre de 2022.

Na modalidade street, na qual o Brasil foi representado por Rayssa Leal, entre outras atletas
Na modalidade street, na qual o Brasil foi representado por Rayssa Leal, entre outras atletas | Foto: Yuri Hiroshi/Agência Enquadrar/Folhapress/20-7-2021

Ainda não está batido o martelo sobre o limite de vagas por nação em Paris (em Tóquio foram três de cada modalidade/gênero), nem a respeito de uma possível idade mínima para participação, o que não existiu no Japão.

Essas confirmações deverão ser anunciadas até fevereiro, assim como a seleção formada pela Confederação Brasileira de Skate para o próximo ano. Projeta-se que em países que preencheram todas as suas vagas na estreia olímpica, casos de Brasil, Japão e EUA, o cenário seja ainda mais concorrido para 2024.

Na modalidade street, na qual o Brasil foi representado por Rayssa Leal, 13, Pâmela Rosa, 22, Leticia Bufoni, 28, Kelvin Hoefler, 28, Felipe Gustavo, 30, e Giovanni Vianna, 20, outros nomes já apresentaram bons resultados nos últimos meses. São os casos de Lucas Rabelo, 22, vice-campeão mundial em novembro, Gabriela Mazetto, 24, de volta às pistas após ser mãe, e Virginia Fortes Águas, 15, que optou por competir na Europa e conquistou uma sequência de torneios por lá.

Mas por enquanto é na modalidade park que o cenário nacional aparenta estar ainda mais competitivo. O park feminino foi a única categoria em que o Brasil não esteve no pódio no Japão. As representantes do país, Yndiara Asp, 24, Dora Varella, 20, e Isadora Pacheco, 16, deverão brigar novamente por um lugar, mas veem a concorrência aumentar.

Victoria Bassi, 14, já fez parte da seleção adulta no último ciclo e esteve perto de uma das vagas para Tóquio, mas acabou a classificação como a quarta melhor do país. Por já ter convivido bastante com as colegas/concorrentes, sabe que não poderá bobear para estar entre as melhores. Isso não significa, porém, que a paulista de Ribeirão Pires pretenda abandonar o jeito divertido. "Sou uma pessoa muito zoeira, espontânea", ela afirmou à Folha em Florianópolis, onde esteve em dezembro para participar do Red Bull Skate Generation, evento realizado na casa de Pedro Barros.

Raicca Ventura, 14, de Santo André, integrante da seleção brasileira júnior, ela tem se destacado em eventos com a presença das principais atletas do país. Também integrante da seleção júnior de park, a curitibana Maitê Demantova, 11, é a mais nova do time, como costuma ocorrer na maioria dos torneios e eventos dos quais participa. Em Florianópolis, ela roubou a cena com seu estilo - saias e óculos de armação grossa cor de rosa -, espontaneidade e talento sobre as rodinhas. "Gosto muito da hora da competição, do vamos ver, mas o skate também é muito amizade e família."

CENÁRIO MASCULINO

Entre os homens, hoje seria quase impossível apontar favoritos às vagas brasileiras em Paris. Pedro Barros, 26, já indicou que pretende buscar o ouro após a medalha de prata em Tóquio. Luizinho Francisco, 21, e Pedro Quintas, 19, também finalistas no Japão, ainda têm muita margem para evolução.

Enquanto isso, uma nova leva de competidores mostra cada vez mais força. O curitibano Gui Khury, 13, primeiro skatista da história a acertar um giro de 1.080 graus no vertical, deve disputar uma vaga no park. Outro jovem em ascensão é Kalani Konig, 14, de Florianópolis.

No mesmo evento, nomes como Augusto Akio, 21, e Luigi Cini, 19, ambos de Curitiba, foram alguns dos que mais se destacaram em ação na pista de Pedro Barros. Irmão de Luizinho, André Mariano, 18, venceu o STU Open (principal torneio do circuito nacional) no começo de dezembro e vê como reais as chances de ir aos Jogos em família.