SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A demissão não planejada de Sylvinho e a necessidade de contratação de um novo treinador podem gerar ao Corinthians um aumento de até cinco vezes na folha salarial da comissão técnica.

O antigo treinador recebia um salário considerado baixo para os padrões da elite do futebol brasileiro, e agora o Corinthians se prepara para abrir os cofres e gastar bem mais com o novo comandante, independentemente de quem seja o escolhido pela diretoria.

Contratado em maio do ano passado, Sylvinho tomou conhecimento da situação financeira do Corinthians e aceitou o cargo com um salário inferior a R$ 300 mil mensais —com seus auxiliares, o valor total gasto não passava de R$ 400 mil.

A diretoria agora estima que deva investir algo em torno de R$ 1,5 milhão para montar sua próxima comissão técnica.

Em seu contrato de trabalho, registre-se, o ex-comandante ainda atendeu ao pedido da diretoria e não estipulou uma multa rescisória —prática que não é comum no mercado da bola.

Agora, sem Sylvinho e Doriva no CT Joaquim Grava, o Corinthians se prepara para gastar bem mais.

O clube ainda não abriu negociações com os possíveis candidatos ao cargo vago, mas acionou um intermediário para conhecer as condições do ex-flamenguista Jorge Jesus.

Com base nas demandas salariais recentes do português, as eventuais tratativas muito provavelmente pediriam um esforço de ambas as partes para que um acordo seja fechado. O português tem pedido salário de nada menos que 4 milhões de euros anuais (R$ 24,2 milhões na cotação atual).

No total, a comissão técnica do português custaria cerca de R$ 3 milhões mensais. É o dobro das contas que a diretoria corintiana faz no momento. Em todo o caso, uma eventual chegada de Jorge Jesus hoje parece improvável.

No entanto, outros nomes ventilados no Parque São Jorge e debatidos internamente entre o presidente Duilio Monteiro Alves e o diretor de futebol Roberto de Andrade, como é o caso do ex-atleticano Cuca, também não são baratos e certamente custarão muito mais do que Sylvinho.

A diretoria está ciente disto e trabalha para estipular um teto daquilo que pode oferecer ao novo técnico.

No orçamento do Corinthians para a temporada, o clube prevê um gasto de aproximadamente R$ 21 milhões mensais com a folha salarial de toda a estrutura do futebol profissional.

Pelo menos dois terços deste valor estão comprometidos apenas com o pagamento dos atletas, sendo que o restante —em sua maior parte— contempla os profissionais da comissão técnica.

O clube não estabeleceu um prazo para fechar a contratação de seu novo treinador, mas quer agir rápido no mercado da bola. No domingo (6), o Corinthians tem compromisso marcado pelo Campeonato Paulista e se prepara para o início da Copa Libertadores, no mês de abril.