SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Para os atletas masculinos da Coreia do Sul que disputam os Jogos Olímpicos de Tóquio, ganhar uma medalha tem um valor duplo. Além do prêmio em si já ser motivo de celebração, subir no pódio também significa a liberação do serviço obrigatório militar. Foi o que aconteceu neste sábado (24) com Kim Je Deok, considerado o novo fenômeno do tiro com arco mundial.

Com apenas 17 anos, Deok sagrou-se campeão na inédita competição de duplas mistas na modalidade. Em parceria com a compatriota An San, o jovem estudante do ensino médio derrotou na final a equipe da Holanda, formada por Gaby Schloesser e Steve Wijler, por 5 a 3 no placar. Desta forma, ele não precisará servir às Forças Armadas de seu país.

Na Coreia do Sul, todo cidadão do sexo masculino fisicamente apto é obrigado a atuar no serviço militar por aproximadamente 24 meses, no período entre 18 e 28 anos de idade. Esta imposição, no entanto, tem algumas exceções. Medalhistas olímpicos são dispensados, fazendo com que uma láurea nos Jogos ganhe ainda mais importância.

Para se ter uma ideia, nem mesmo o principal craque do futebol sul-coreano teve privilégios. Heung Min Son, que atua no Tottenham, da Inglaterra, prestou três semanas de serviços militares no ano passado.

Com a medalha de ouro conquistada neste sábado, Kim Je Deok surge como novo fenômeno do tiro com arco mundial. O atleta, que é o arqueiro mais jovem entre os 64 que competem no Japão, disputa em Tóquio somente sua segunda competição internacional sênior na carreira. E já chegou passando por cima de veteranos favoritos.

No ranqueamento para as eliminatórias individuais, realizado na sexta-feira (23), Deok ficou na primeira posição com 688 pontos, logo à frente do americano Brady Ellison, dono de três medalhas olímpicas, com 682.

Em Tóquio, o arqueiro adolescente poderá chegar a três títulos no total. Ele disputará a final por equipes nesta segunda-feira (26), e tem boas chances de ser o campeão individual no próximo sábado (31).