Natália Falavigna: do outro lado do tatame

O esporte é o mesmo, a função é outra. A precisão, antes usada para atacar os adversários, agora serve para identificar novos talentos. Natália Falavigna, primeira atleta do taekwondo a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos para o Brasil, ainda dedica seu tempo à modalidade que a consagrou em 2008.

Atualmente, a londrinense que permitiu ao mundo conhecer as virtudes do brasileiro além dos esportes tradicionais trabalha para que outros atletas tenham a mesma oportunidade. Há dois anos na Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), Falavigna também é proprietária de uma academia da modalidade em Londrina.

Em passagem pela cidade, onde esteve realizando exame de faixas para os atletas de sua academia, ela conversou com a FOLHA e contou como tem sido sua rotina fora dos tatames. “Temos trabalhado para o taekwondo crescer. O esporte passou por um momento muito complicado. Em 2017 recebi o convite para levar o país para o campeonato mundial, tinha acabado de encerrar a minha carreira como atleta, resolvi aceitar esse desafio e temos tido bons resultados”, disse.

Outro desafio que tem recebido a atenção da ex-atleta é a formação das crianças por meio do taekwondo. “Toda modalidade esportiva ensina muitas coisas, mas a arte marcial tem o conceito de disciplina muito forte, queremos ensinar para as crianças que elas são capazes de se tornarem não só atletas, mas médicos, engenheiros, professores, desde que tenham disciplina, foco e dedicação, virtudes da arte marcial”, pontuou.

A pouco mais de um ano para a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, para Natália, mais do que relembrar a medalha conquistada em Pequim, é tempo de pensar no futuro. “É natural que após uma Olimpíada em casa exista um relaxamento, precisamos pensar a longo prazo, investir nos projetos é um passo fundamental para se construir resultados melhores no futuro. Nosso taekwondo é uma referência, espero que com os investimentos necessários possamos construir um legado ainda maior”, finalizou.