Natação (Rogério Romero)
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
52ª MEDALHA
O Brasil continua acumulando suas medalhas pelas etapas européias da Copa do Mundo de Natação. Fernando Torres Alves trouxe duas medalhas de Sheffield, na Inglaterra, nos 50 (prata) e 100m borboleta (bronze). Na etapa seguinte, na bela Berlim, Alemanha, Gustavo Borges levou a prata nos 100m livre, atrás de Thorpe, numa de suas raras derrotas na prova em piscina de 25m. E eu consegui trazer a 52ª medalha para o Brasil no circuito, uma de bronze, nos 200m costas. O Brasil participa de todas as etapas do circuito desde fevereiro de 98, quando sediou pela primeira vez uma etapa da Copa do Mundo. Estas 52 medalhas conquistadas é um recorde para o país.
Flamengo
Agora é oficial: eu, juntamente com o técnico Reinaldo Dias, Patrícia Comini e André Cordeiro, entre outros, somos parte agora do Flamengo. Alguns fatores influenciaram na decisão, como a ida de Dias para o clube (por quem fui treinado por pelo menos dez anos) e a garantia de que o trabalho será sério, confirmado pela diretora de natação Patrícia Amorim.
Rédeas curtas
Com estes reforços, o Flamengo aumentou seu poderio, mas ainda pouco perto do Vasco da Gama. Pensando na competitividade dos campeonatos estaduais, a Federação Aquática do Rio de Janeiro divulgou um boletim alterando o sistema de pontuação nos Estaduais. Apenas os três melhores atletas de cada clube pontuarão para suas equipes.
Como assim?
Bem, se o Vasco colocou quatro atletas numa final do Estadual, e o Flamengo colocou também quatro nadadores, na verdade só os três melhores de cada clube pontuarão. O que ficou em quarto no seu clube não pontuará, cedendo os pontos para o próximo atleta, que pode ser, por exemplo, do Tijuca Tênis. Essa decisão (votada em Assembléia Geral) vai gerar muito mais competitividade na disputa.
Em nível de Brasil...
Bem, já para os Campeonatos Brasileiros nada mudou, mesmo porque a filosofia da Confederação é outra: o clube investe porque quer ganhar. Mas não deixa de ser uma idéia para as futuras competições de nível brasileiro não ficarem numa disputa de um ou dois clubes...
Três recordes mundiais
Os autores da façanha são o australiano Ian Thorpe e o norte-americano Lenny Krayzelburg. Thorpe parece desconhecer fronteiras e abaixou em mais de um segundo o recorde dos 200m livre, que era dele, com 1m41s10. Um fenômeno! Já Krayzelburg quebrou novamente os recordes nos 100 (51s28) e 200m costas (1m52s43) e ficando a seis centésimos do recorde mundial dos 50m, com 24s17.
Jeep como prêmio
Pela performance, Ian Thorpe acabou sendo aplaudido por uns dois minutos no pódium dos 200m livre, ficando até meio sem jeito. Pela manhã, antes de bater o recorde, ele disse que não queria o carro (um Jeep amarelo) como prêmio para a melhor performance, pois já tinha um patrocinador de carro... Mas apesar de ser Mazda, ele dirige é um Audi. Que ganhou, claro...
Estranhos objetivos
O pessoal está estranhando o quanto de recordes que esse pessoal está batendo. Ian Thorpe vai voltar aos treinamentos árduos depois do término da Copa do Mundo. Não se sabe se ele irá ou não para o Mundial de Piscina Curta, a ser realizado na Grécia, no início de Abril. Krayzelburg, no entanto, está de olho neste Mundial. Olimpíada? Só depois.
Rogério Aoki Romero é nadador do Clube de Regatas Flamengo e 12 vezes medalha de ouro no Troféu Brasil de natação. Ele escreve sempre às quintas-feiras na Folha