Não trouxemos o vírus para o Japão, mas a gente não pode fraquejar, diz médica do COB
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terça-feira, 27 de julho de 2021
CAMILA MATTOSO
TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - Após a primeira semana de competições das Olimpíadas no Japão, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) só pensa em duas coisas: mais medalhas e manter em zero o número de casos de Covid-19 na delegação.
Mais de 700 pessoas saíram do país para ir a Tóquio participar do evento, o que envolve uma megaoperação até o momento bem-sucedida. Com o decorrer dos dias, porém, muita gente tende a relaxar no cumprimento dos rígidos protocolos exigidos pela organização dos Jogos Olímpicos.
"A gente não trouxe o vírus do Brasil para o Japão", afirma Ana Carola Côrte, coordenadora médica do COB, atribuindo a conquista ao esforço logístico adotado pela entidade. "Mas a gente não pode fraquejar agora, está dando tudo muito certo. Temos que seguir vigilantes, sempre alerta."
A principal preocupação dos japoneses em relação aos Jogos era justamente a segurança sanitária e o temor de que estrangeiros levassem --e espalhassem-- o vírus ao país asiático.
Os finais das competições têm sido o momento de maior atenção. Falhas no uso de máscaras, abraços, beijos em medalhas e falta de distanciamento físico são cenas cada vez mais comuns. O COB, diz ela, tem repetido diariamente as orientações, mas nem sempre tem conseguido manter o controle.
"O comitê organizador disse que os atletas têm o direito de tirar a máscara por 30 segundos no pódio para a foto da medalha. Mas, depois, tem que ser o tempo todo de máscara. Estamos com zero casos de Covid. A maioria está há mais de 14 dias aqui, a nossa operação é um sucesso", afirma.
Ana Carolina reconhece a dificuldade de cumprir as regras no que ela chama de "momento único do atleta", especialmente quando o esportista vai ao pódio. "A gente fala muito: para beijar a medalha tem que higienizá-la. Na hora que você está recebendo a medalha, você está recebendo da mão de alguém, a gente orienta isso, mas a gente não consegue controlar tudo", diz a coordenadora médica.
Segundo o COB, faltam apenas cinco pessoas da delegação brasileira para chegar a Tóquio, concluindo, assim, a operação de ida --a maioria entrou no país já vacinada. Como regra da organização, os que acabam de competir tem 48 horas para partir. "Depois disso, tem uma operação ainda para sair, fazer o [teste] PCR e monitorar sintomas ao chegar ao Brasil. Nossa missão só acaba lá", diz Ana Carolina.