'Não estaria lutando se não fosse a cannabis', diz Mike Tyson
Lutador americano, que se prepara para enfrentar o youtuber Jake Paul, é usuário e defensor dos efeitos positivos do canabidiol
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segunda-feira, 04 de novembro de 2024
Lutador americano, que se prepara para enfrentar o youtuber Jake Paul, é usuário e defensor dos efeitos positivos do canabidiol
Ananda Portela - UOL/Folhaparess
São Paulo - "A cannabis mudou a minha vida". Um dos maiores pugilistas da história, Mike Tyson não é apenas usuário de maconha. Ele é empresário e defensor assíduo dos efeitos positivos que ela traz para a vida de quem a consome.
"A cannabis mudou completamente a minha vida. Eu não estaria lutando, não participaria desses eventos esportivos se não fosse a cannabis", diz o lutador.
Aos 58 anos, Tyson se prepara para enfrentar o youtuber Jake Paul, de 27 anos, no dia 15 de novembro, no Texas. Dono de 44 vitórias em 50 lutas, defende o uso da erva inclusive em período intenso de treinamento para a luta. "Por que não usar? Me inspira a treinar mais pesado", disse o lutador.
EFEITOS DA MACONHA
A maconha tem duas substâncias diferentes: o CBD (canabidiol), que é usado isoladamente em grande parte dos medicamentos à base de cannabis; e o THC (tetrahidrocanabinol), ainda tido por parte da população como droga, pois é o que dá "barato". As duas substâncias têm efeitos analgésicos e anti-inflamatórios e atualmente são usadas por atletas para minimizar dores e auxiliar na recuperação muscular, mas a Agência Mundial Antidoping (Wada) proíbe a utilização de THC durante competições.
MERCADO DA CANNABIS
Tyson é uma das celebridades que mais lucrou ao apostar no mercado cannabis -especificamente o de Nova York. Lá, a maconha é legalizada para uso recreativo desde 2020, e a concessão de licença para a venda do produto é liberada desde o fim de 2022.
Tyson é a cara de uma das maiores marcas ligadas à cannabis dos EUA. Ele e os sócios usam a imagem do ex-campeão mundial de boxe para vender maconha e outros produtos.
O maior sucesso do empreendimento é a linha Tyson 2.0. São produtos de maconha que incluem flores, vaporizadores e comestíveis — atenção — no formato de orelha. Sim, é uma alusão à orelha de Evander Hollyfield. Em 1997, Mike Tyson mordeu o adversário durante uma luta em uma das maiores polêmicas da história do boxe.
Em 2023, a marca gerou US$ 150 milhões (cerca de R$ 865 milhões) de receita, segundo a revista Forbes. Deste valor, 30% veio das vendas de cannabis, e o restante da comercialização de acessórios. Em 2019, Mike Tyson chegou a afirmar que gastava US$ 40 mil em maconha por mês. Segundo a lenda do boxe, a cannabis é um estilo de vida.
E dinheiro não é um problema para ele. Em entrevista ao jornal New York Times, em janeiro deste ano, Tyson disse que gostaria de solidificar um legado como pioneiro no mercado de cannabis nos Estados Unidos. "Isso é mais importante para mim do que ganhar dinheiro".
E o mesmo vale para a luta contra Jake Paul: grana não é prioridade. Em entrevista ao UOL, ele disse que o dinheiro da luta não vai fazer diferença nenhuma na sua vida.
QUANDO É A LUTA
Mike Tyson e Jake Paul se enfrentam no dia 15 de novembro. A luta será transmitida, ao vivo, mundial e exclusivamente na Netflix, às 22h (horário de Brasília). Com narração e comentários em português, o duelo acontecerá no AT&T Stadium, em Arlington, Texas.