NA GERAL
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quinta-feira, 01 de novembro de 2001
Toda vez que se houve falar das dívidas do Londrina Esporte Clube (algo em torno de R$ 3 milhões) o comentário geral é de que, com ela, o clube se torna inviável. Que o valor é expressivo e isso afasta possíveis investidores. É certo que há um lado de verdade. É certo também que, sem alarde, os dirigentes do Tubarão estão pagando, aos poucos, as dívidas que mais incomodam que são as trabalhistas. Sabe-se que o presidente Agostinho Garrote está limpando a área, como já havia feito na sede campestre, para arredondar as contas do clube.
Mas, se a dívida do Londrina faz barulho, o que dizer da dívida do Coritiba. Só com o Bradesco o valor chega a R$ 30 milhões, isso sem contar as pendências com outros credores. Até o Centro de Treinamento da Graciosa está sendo colocado como garantia para o Bradesco. Mesmo assim, ninguém diz que o clube coxa-branca é inviável, muito pelo contrário.
A transformação dos clubes em empresas pode ajudar, mas não é isso que faz um time ter dinheiro em caixa ou não. Essa transformação só existe quando há boa administração, seja o clube empresa ou não.
No Rio de Janeiro, por exemplo, existe o contraste. De um lado o Fluminense, que foi rebaixado, disputou a Série C e hoje mantém uma estrutura enxuta, com uma folha de pagamento modesta em relação aos grandes clubes, mas pagando rigorosamente em dia. Do outro, Flamengo, Botafogo e Vasco da Gama. Todos com folhas de pagamento estratosféricas e com dificuldades imensas de pagar os salários. Quem está certo?
O Londrina tem feito um trabalho interessante neste aspecto. Sem grandes alternativas de conseguir recursos, contratou um grupo de jogadores que, mesmo recebendo salários modestos, demonstra uma garra e vontade de vencer pouco vistas em campos brasileiros. A política de pés no chão adotada pelo clube e a sinceridade com que isso é tratado começa a cativar os torcedores. Eles não cobram mais do que o time pode dar.
Essa estratégia vai gerar frutos no futuro, basta ter paciência e dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado.
- Para jogadores que ganham 100, 200 mil reais por mês é fácil dispor de uma quantia e doar para os mais carentes. Quando a doação é feita por jogadores que mal ganham para a manutenção da própria família, pode-se dizer que o valor é maior. Foi o que um grupo de atletas do Londrina fez. O time tem uma das menores folhas de pagamento entre os clubes da Série B do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim optaram por doar um prêmio recebido de um empresário da cidade para famílias carentes.
- Quase todo dia Guga aparece na TV fazendo propaganda de uma marca de chinelo. Nada mais apropriado. O tenista anda demonstrando que continua em férias. Que inveja.
- ''No Flamengo, quando não há estrelismo, todos são estrelas''. Frase do eterno Mário Jorge Lobo Zagallo que resume bem o que acontece no Flamengo e em muitos clubes brasileiros, como o Cruzeiro.
- Será que o Corinthians está tendo aulas de espanhol?