NA GERAL
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segunda-feira, 10 de setembro de 2001
Pouco depois de mais uma derrota do Londrina no Campeonato Brasileiro da Série B recebi um email de um torcedor muito chateado. O agrônomo Emerson Durski Machado fez um desabafo. Está preocupado com a situação do Tubarão. Tem toda razão. O time é o penultimo colocado. Fez apenas 4 pontos em sete rodadas. Só ganhou do Serra, o lanterna da tabela, e sem mostrar que tem potencial para muito mais do que isso. Não é falta de treino ou de salário (salário baixo é bem verdade, mas ao que se sabe, em dia). Se não falta o principal, resta imaginar que falta mesmo é futebol. E futebol não se compra em loja de esquina.
A cada derrota o técnico Freitas Nascimento analisa o time. Às vezes diz que o time jogou bem mas faltou sorte, às vezes admite que o time jogou mal mesmo e não merecia ganhar. Acontece que a cartilha de argumentos para a ruindade da equipe deve estar na última página e até o momento os jogadores não conseguiram mostrar que sabem o beabá do futebol.
Volta e meia vem aquela conversa de que o jogo foi decidido no detalhe. Pura besteira. Quem ganha jogo não é detalhe, é time eficiente, que sabe o que fazer em campo, faz gols. Há jogos do Londrina em que se passa vinte, trinta minutos sem que os atacantes chutem a gol. Como querem que a bola entre como? Por milagre? Aguardam um gol contra? E os gols que o time toma? Detalhe ou falha de marcação, deficiência técnica? Vai dizer que o pênalti imbecil cometido no final da partida de domingo contra o Malutrom foi detalhe? São tantos detalhes que até parece música do Roberto e Erasmo.
Quem sofre com isso é a torcida, cada vez menor. Que pai se anima em levar o filho para o estádio? Corre o risco do garoto voltar para casa e riscar a palavra futebol do dicionário da escola e passar a praticar peteca, arremesso de dardo...
- O técnico Mário Sérgio que foi demitido do Atlético Paranaense não deixará saudades. É outro que também acredita mais no poder do choro do que na eficiência técnica e tática do time. Em todas as entrevistas dele que vi, o Atlético nunca perdeu, sempre foi roubado pelos árbitros. É mais um adepto dos detalhes. No caso de Mário Sérgio o detalhe era o árbitro ou seria o adversário?. Talvez fosse o adversário. Por exemplo, o Atlético perdeu em casa para o Fluminense. Se o adversário não estivesse em campo não seria derrotado, ganharia por W x 0, mole mole.
- Um outro motivo que teria influenciado as derrotas do Atlético seria a propensão de alguns atletas de ficar até altas horas da madrugada apreciando a luz do luar.
- O técnico Roberto Fonseca, que não se preocupa com detalhes, está fazendo uma campanha memorável à frente do Águia de Mandaguari. O time-empresa está invicto na terceirona. No domingo bateu sem dó no Arapongas, no Estádio dos Pássaros, em Arapongas, na primeira partida da final, e está reservando espaço na sede do clube para a taça de campeão. A não ser que comece a se preocupar com os detalhes.
- Marcelinho Carioca já aprontou das suas. Cavou um pênalti inexistente contra o Guarani e fez seu primeiro gol com a camisa do Santos.
