Quando se fala em museu é natural que nossa imaginação já remeta a coisas antigas, chatas, pesadas ou enfadonhas. E não é assim que deveríamos ver. Só dois momentos são reais em nossa existência: o passado e o presente. Por isso, entender o presente é voltar ao passado em contextos e experiências.


O Flamengo inaugurou na última semana o novo museu do clube. Um dos times mais vitoriosos do país, com a maior torcida, tem uma história rica de conquistas e personagens e os resgata agora de uma maneira ainda mais ampla. O Museu Flamengo mereceu investimento digno de seu tamanho: 23 milhões de reais. O passeio pela história vai além do futebol, passa por outros esportes, também vitoriosos, como o basquete e natação.


Deixar vivo o passado é também agregar um novo público, aquele que está vivendo o presente. Quem visitar o Museu Flamengo já vai ver camisas e vídeos de Gabigol e Arrascaeta, que são o presente e já são história. Uma maneira atrativa de contar o hoje e levar o público mais jovem a conhecer quem foram os que começaram e construíram essa marca que é o Flamengo.


Um time com um patrimônio desse porte não pode só pensar em exposição, mas também precisa olhar tudo o que faz como negócio. O projeto estima 400 mil visitantes por ano. Mais de um mil por dia. Para os dois primeiros dias de abertura, que foram nesse final de semana, os ingressos (R$ 80 a inteira) já estavam esgotados desde a última quinta-feira.



Mas você deve estar pensando: “ah, mas é o Flamengo...”. Sim, é o Flamengo, campeão de tudo. Mas todos têm uma história que pode ser contada. O Tubarão tem a sua, que é grandiosa, rica, forte, de nomes e momentos inesquecíveis que não podem só ficar na lembrança de quem viveu e presenciou. E não pode estar só num espaço de sede social.


O LEC também merece um museu, com vídeos dos grandes jogos, interatividade com os gols históricos e, principalmente, resgate dos seus grandes ídolos. Já imaginou você visitar o museu do Londrina e ver um vídeo de jogadores contando a emoção de momentos únicos que viveram no clube? Muitos estão aí, vivos, pra continuar eternizando o Alviceleste. Só precisa que, aqueles que fazem o presente, olhem para o futuro sem apegos mesquinhos do passado recente.

Todos vão passar, mas a história vai ficar.