MP desaprova protocolo da FPF e abre procedimento administrativo
Ministério Público de Londrina entende que regas definidas para o Campeonato Paranaense não garantem segurança aos jogadores e população em geral
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 11 de março de 2021
Ministério Público de Londrina entende que regas definidas para o Campeonato Paranaense não garantem segurança aos jogadores e população em geral
Lucio Flávio Cruz - Grupo Folha
A 24ª Promotoria de Justiça de Londrina instaurou um procedimento administrativo para acompanhar as medidas da FPF (Federação Paranaense de Futebol) para a prevenção e combate à disseminação do novo coronavírus. No entendimento do Ministério Público, o protocolo da entidade não é suficiente para conter o avanço da Covid-19.
O Ministério Público foi peça fundamental para o adiamento do jogo entre Londrina e Maringá, que estava marcado para o dia 27 de fevereiro, no estádio do Café, pela primeira rodada do Campeonato Paranaense.
O MP recomendou à prefeitura de Londrina que não autorizasse a realização da partida, medida que foi acatada pela administração municipal. Ações semelhantes do MP adiaram jogos também em outras cidades como Curitiba, Maringá e Cascavel.
Baseado em um relatório do Caop Saúde Pública (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Saúde Pública), o MP de Londrina considerou insuficiente o protocolo proposto pela FPF para a realização do Campeonato Paranaense.
“O parecer técnico do Caop ainda destaca que em diversos pontos o protocolo apenas 'recomenda' condutas, não impondo qualquer obrigatoriedade de cumprimento, muito menos indica como e quem fiscalizaria o cumprimento das medidas ali sugeridas, sendo que o quantitativo de indivíduos reunidos em cada jogo é alto, razão pela qual a realização dos jogos demonstra-se, no mínimo, temerária para agravar ainda mais o quadro de surto de coronavírus”, escreve o promotor Miguel Sogaiar como um dos seus argumentos para a instauração do procedimento administrativo.
O MP justifica também a sua posição para a não realização de jogos baseado nos números crescentes de casos e mortes por Covid-19, no pior momento da pandemia no Brasil. Além da superlotação do sistema de saúde e, consequentemente, da falta de leitos hospitalares para atender toda a demanda.

