SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os casos de Covid-19 detectados até o momento na preparação para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos estão dentro do esperado. Ao menos essa é a opinião de Brian McCloskey, membro do painel de especialistas responsável por elaborar as medidas de prevenção ao novo coronavírus dentro do ambiente olímpico.

"Essencialmente, o que estamos vendo é o que esperávamos. Se todos os testes que fazemos fossem negativos, nem nos incomodaríamos em fazer esses exames", afirmou McCloskey, em entrevista ao site Inside The Games.

O médico deu a declaração no momento em que havia 58 casos confirmados entre atletas, membros de comissões técnicas e demais profissionais que trabalham na realização dos Jogos. A maioria dos infectados são funcionários contratados pelo Comitê Organizador de Tóquio-2020.

Entre os atletas estão os jogadores de futebol sul-africanos Thabiso Monyane e Kamohelo Mahlatsi, que se tornaram os primeiros infectados dentro da Vila Olímpica. De acordo com os organizadores, eles tiveram contato próximo com 21 pessoas.

O tcheco Ondrej Perusic, do vôlei de praia, foi outro a ter o teste com resultado positivo para a doença, mas ainda não havia chegado à Vila. Segundo a mídia japonesa nesta segunda-feira (19), o vírus foi detectado em um ginasta dos EUA.

Pelos protocolos sanitários seguidos em Tóquio-2020, todas as delegações foram testadas antes da viagem ao Japão, assim como na chegada e nos primeiros dias no país.

"Fazemos os testes porque são a nossa maneira de filtrar as pessoas que podem estar desenvolvendo infecção, que podem se tornar um risco mais tarde. Então, nós os identificamos cedo, os separamos das outras pessoas e cuidamos deles", disse McCloskey, que já havia atuado no serviço médico da Olimpíada de Londres-2012.

"Também cuidamos de quem teve contato [com os infetctados]. É esperado que, à medida que passamos por diferentes camadas de filtragem, novos casos surjam. Cada camada de filtragem significa redução [de contágio] para os outros", acrescentou.

McCloskey afirmou que não dá para fazer uma previsão sobre quantos casos seriam um bom resultado ao final dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. "O que precisamos fazer é que cada um que surja seja devidamente gerenciado."

Para ele, não importa quantos infectados apareçam. O que é essencial é a eficiência do serviço médico disponível no Japão. "Seja qual for o número, é a rapidez com que identificamos, com que as pessoas são colocadas em isolamento e tratadas por um médico", comentou.

A Olimpíada foi atrasada em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Os Jogos Olímpicos começam oficialmente na próxima sexta-feira (23).