SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Maicon Andrade, atleta brasileiro de taekwondo que foi medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio em 2016, venceu o 'Pan Am Series III' — competição da modalidade — e tinha todos os motivos para comemorar no fim de semana. No entanto, ele e seu técnico, Rafael Valerio, foram vítimas de racismo no Centro Paraolímpico Brasileiro, onde acontecia o evento.

Eles publicaram um vídeo nas redes sociais explicando o que aconteceu.

"Eu e o Maicon fomos vítimas de racismo dentro do local do campeonato, por pessoas que conhecem a gente. Mandaram essa foto aqui pra gente, ao mesmo tempo. Uma coisa que deixou a gente indignado, racismo é crime", iniciou o treinador.

"Só pra dar um toque, não é ofendendo a gente que vão atingir a gente. Provavelmente a conquista do Maicon incomodou. Você vai mandar muito mais fotos de macaco, de banana, qualquer foto. Mas já foi realizado um boletim de ocorrência, nós vamos atrás", disse Rafael em depoimento nas redes sociais", concluiu.

Alguém que estava na competição enviou via Air Drop — serviço de compartilhamento de arquivos via Wi-Fi desenvolvido pela Apple — a foto de um macaco e tentou disfarçar o aparelho como um aparelho Moto G5.

O UOL Esporte teve acesso ao boletim de ocorrência do caso, registrado como injúria (art. 140). As vítimas foram orientadas quanto ao prazo de seis meses para oferecimento de representação criminal e queixa-crime contra o investigado.

A dupla também protocolou uma queixa na Confederação Brasileira, na Comissão de Atletas da Confederação Brasileira e na ouvidoria do Comitê Olímpico Brasileiro.

No Rio-2016, Maicon lutou na categoria acima de 80 kg e conquistou sua medalha de bronze após superar Mahama Cho, do Reino Unido.

Ele se tornou o primeiro homem brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na modalidade.