Marcelo Moreira, 28 anos, paulistano do Jabaquara, são-paulino que ia ao Morumbi na infância, precisou de um ano de Tubarão para sair às ruas e ser cumprimentado pela torcida londrinense.
Herói da partida de domingo contra o Malutrom quando fez pelo menos cinco defesas difíceis, o goleiro de 1,81m terá uma missão extra amanhã contra o Atlético: não tomar gol. Se isto acontecer, o Londrina estará classificado. ''É claro que é um jogo diferente por causa desta vantagem. Mas se eu tomar gol aliás qual goleiro que nunca tomou gol a gente tem que confiar que o time pode empatar e vencer'', avisa.
Formado no Palmeiras, onde começou nos juvenis e onde ficou vinculado até os 27 anos, o goleiro que barrou Serginho passou quase sua carreira toda aguardando uma chance.
No Palmeiras, trabalhou ao lado de medalhões da posição: Marcos (com o qual tem contatos eventuais), Velloso e Sérgio (ambos amigos). Mas pouco jogou no Palestra. Sua partida mais importante no Verdão foi no Paulistão de 1997, vitória diante do São Paulo no Morumbi. ''Quando você está como terceiro goleiro, você participa de um rachão com a motivação de um jogo'', relembra com o semblante carregado.
Antes do Londrina, Marcelo teve poucas oportunidades de mostrar suas qualidades (por seis meses foi goleiro do Rio Branco, de Americana-SP, na temporada 2000). Mas, com a sequência, Marcelo encontrou seu melhor futebol. Ele diz que desde que se desvinculou do Palmeiras passou a ter uma motivação extra. ''Hoje sei que não tenho mais a proteção de um grande clube e tenho que batalhar pelo meu espaço''.
No ano passado, Marcelo entrou no noticiário mesmo estando no banco. Ele emprestou R$ 27 mil ao então presidente Osvaldo Sestário Filho e foi ressarcido depois de um acordo com o atual gestor Iran Campos. No próximo mês, ele recebe a última parcela do pagamento. ''Agi com o coração. Vi que meus companheiros estavam precisando receber os salários'', explicou. O dinheiro, segundo Marcelo, era do acerto da saída do Palmeiras. (L.F.M.)