SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Antes do apito inicial para Senegal x Egito, os holofotes estavam todos sobre os atacantes Sadio Mané e Mohamed Salah, estrelas do melhor Liverpool dos últimos 30 anos. Porém, a penalidade desperdiçada pelo senegalês nos primeiros minutos da final da Copa Africana de Nações, disputada neste domingo (6), parecia dar ao goleiro egípcio Gabaski o roteiro perfeito para que ele se tornasse herói.

Mas Mané teve sua chance de redenção. E entrou para a história.

Após empate sem gols no tempo normal, o camisa 10 converteu sua cobrança na disputa por pênaltis, gol que confirmou a vitória de Senegal por 4 a 2 e deu ao país o seu primeiro título continental.

Contudo, em vez de celebrar o talento dos homens de frente, o que a final da Copa Africana de Nações exibiu foi o protagonismo de seus goleiros.

Logo no início da partida, o senegalês Ciss invadiu a área pela esquerda e foi derrubado por Abdelmonen. Pênalti. Antes da cobrança de Mané, Salah conversou com o goleiro de sua equipe, muito provavelmente para indicar onde e como o seu companheiro de Liverpool cobraria.

Difícil saber se a conversa foi determinante ou não, mas Gabaski pulou para o lado direito e defendeu a cobrança do camisa 10 de Senegal, que chutou forte, mas quase no meio do gol.

Gabaski já havia sido protagonista das classificações nas oitavas de final, contra a Costa do Marfim, defendendo uma penalidade, e diante de Camarões, na semi, quando pegou dois pênaltis dos anfitriões da Copa Africana para colocar sua seleção na decisão.

Destaque improvável, já que o camisa 16 era apenas reserva na equipe egípcia, mas se beneficiou da lesão do titular El Shenawy para ganhar a oportunidade de jogar a competição continental.

Seu colega, o goleiro senegalês Édouard Mendy também foi seguro quando exigido, realizando pelo menos duas defesas importantes para evitar o gol do Egito. Uma delas em chute de Salah.

A exibição do arqueiro do Chelsea não só nesta decisão

Mas Gabaski foi mesmo o grande destaque dos 90 minutos. Aos 45 do segundo tempo, fez mais uma boa intervenção em chute cruzado de Dieng. Na sequência, salvou novamente a equipe, e mais uma vez em finalização de Dieng, de cabeça.

Com o 0 a 0 no placar no tempo regulamentar, a decisão foi para a prorrogação. O que não é incomum em finais do torneio. Das últimas 12 edições, seis terminaram com empate no tempo normal (e cinco delas com empates sem gols).

Tampouco é um roteiro ao qual os egípcios não estão acostumados: só nesta competição, foram quatro prorrogações nas quatro fases de mata-mata.