Luxemburgo não vai dar armas para os inimigos
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terça-feira, 28 de março de 2000
Por Sílvio Barsetti
Bogotá, 29 (AE) - O técnico Wanderley Luxemburgo vai adiantar as próximas convocações dos jogos das eliminatórias para o Mundial de 2002 para dar "menos" armas aos adversários e reduzir trocas de última hora. Em vez de divulgar a relação com 15 dias de antecedência, ele passará a anunciar os convocados uma semana antes das partidas. "Vamos ter de nos adaptar ao curto tempo para treinar a equipe", disse.
Depois do empate por 0 a 0, com a Colômbia, ontem em Bogotá, o Brasil vai se preparar para enfrentar o Equador no final de abril, em São Paulo. Luxemburgo não admite outro resultado que não seja a vitória.
"Não podemos perder ponto em casa", prosseguiu o treinador, que considera praticamente certa a vaga do Brasil. "Os outros, como a Colômbia, vão disputar as três vagas restantes." Luxemburgo gostou do desempenho da equipe no empate da estréia do Brasil nas eliminatórias e não quis comentar as falhas apresentadas pela defesa, principalmente no primeiro tempo, quando Aldair e Antônio Carlos erraram várias vezes e, por pouco
não deixaram a Colômbia em vantagem no placar. Limitou-se a dizer que Aldair sentira cãibras no começo do jogo.
A contusão de Alex, torção no joelho direito, modificou os planos de Luxemburgo. Ele pretendia começar o segundo tempo com o jogador do Palmeiras tentando as tabelas com Ronaldinho e Edílson. O treinador acreditava que a Colômbia "partisse para cima" do Brasil, logo no início, o que não aconteceu e afirmou que sua equipe esteve mais próxima da vitória. "Criamos as melhores oportunidades." A escalação de Jardel, segundo contou o técnico
foi parte de uma estratégia definida pela comissão técnica. A intenção era tentar as jogadas aéreas na etapa incial e depois, com o cansaço dos colombianos, pôr em campo três jogadores velozes e habilidosos, Edílson, Ronaldinho e Ricardinho, para surpreender a zaga da Colômbia.
Para Luxemburgo, a altitude não representou problema para os brasileiros. "Ao contrário do que esperavam, ela vitimou o time da Colômbia, que se cansou mais rápido." Ele elogiou Ricardinho
que não jogou na seleção da mesma forma como atua no Corinthians. "Ele fez o papel do Alex, jogando de costas para os defensores, quando no Corinthians, vem de trás; eu sacrifiquei ele." Luxemburgo disse ainda que Ricardinho teve personalidade e que "não sentiu a camisa da seleção". E lamentou não ter aproveitado "como queria" o trio corintiano Vampeta, Ricardinho e Edílson.