O técnico Dorival Júnior estreia no comando da seleção brasileira no amistoso deste sábado (23) contra a Inglaterra, em Londres. O treinador tem a difícil tarefa de resgatar o bom futebol do Brasil e levar a Seleção para a Copa do Mundo de 2026.

Após a passagem rápida e frustrante de Fernando Diniz, o Brasil vem de três derrotas seguidas nas Eliminatórias Sul-Americanas e ocupa apenas o sexto lugar, com sete pontos, após seis partidas.

A FOLHA ouviu ex-jogadores e técnicos londrinenses sobre o novo comandante da seleção brasileira e a expectativa de todos é para um bom trabalho de Dorival Júnior, mas com a ressalva que o treinador terá muitos desafios pela frente.

"Me parece que hoje o Dorival estaria mais bem preparado para trabalhar em um clube, onde você tem o dia a dia, mais tempo e convivência com os jogadores para implementar a sua filosofia. E isso não existe na Seleção", afirma Carlos Alberto Garcia
"Me parece que hoje o Dorival estaria mais bem preparado para trabalhar em um clube, onde você tem o dia a dia, mais tempo e convivência com os jogadores para implementar a sua filosofia. E isso não existe na Seleção", afirma Carlos Alberto Garcia | Foto: Arquivo FOLHA

Para o ídolo do LEC, Carlos Alberto Garcia, Dorival é o melhor nome atualmente dentro do Brasil para assumir a Seleção, mas o ex-atacante alviceleste ressalta que o cenário para o treinador é diferente do que ele viveu até hoje na carreira.

"Me parece que hoje o Dorival estaria mais bem preparado para trabalhar em um clube, onde você tem o dia a dia, mais tempo e convivência com os jogadores para implementar a sua filosofia. E isso não existe na Seleção", comentou. "Tem muito jogador que foi convocado que ele não conhece e estes dois amistosos na Europa serão com seleções que hoje estão tecnicamente acima do Brasil". Na terça-feira (23), o adversário será a Espanha, no Santiago Bernabéu, em Madri.

"Ele é um treinador que tem sempre o vestiário na mão e sabe conversar com os jogadores. Tem as suas ideias e filosofias e temos que aceitar. A torcida é para que ele consiga a recuperação nas Eliminatórias, mas não será fácil", destaca Edson Vieira
"Ele é um treinador que tem sempre o vestiário na mão e sabe conversar com os jogadores. Tem as suas ideias e filosofias e temos que aceitar. A torcida é para que ele consiga a recuperação nas Eliminatórias, mas não será fácil", destaca Edson Vieira | Foto: GABRIELA PIZZAIA/LEC

A falta de qualidade atual da seleção brasileira também preocupa o ex-meia Edson Vieira. O ex-jogador do LEC ressalta o momento delicado da geração do país. "É um momento muito duro em termos de jogadores. Isso é uma realidade hoje, muito difícil. Mas acredito muito no potencial do Dorival", frisou Vieira, que atualmente comanda o União São João de Araras, na Série A3 do Campeonato Paulista.

Vieira lembra que há pouco tempo Dorival Júnior estava fora do mercado - o treinador deu um tempo na carreira em razão de um problema de saúde da esposa - e que voltou muito bem com títulos no Flamengo e no São Paulo.

"Ele é um treinador que tem sempre o vestiário na mão e sabe conversar com os jogadores. Tem as suas ideias e filosofias e temos que aceitar. A torcida é para que ele consiga a recuperação nas Eliminatórias, mas não será fácil", frisa.

"Eu joguei com o Dorival no Palmeiras e ele é um cara muito de grupo e isso é um ponto positivo para ser um treinador de sucesso. Estou muito na torcida para que o trabalho dê certo", diz Márcio Alcântara
"Eu joguei com o Dorival no Palmeiras e ele é um cara muito de grupo e isso é um ponto positivo para ser um treinador de sucesso. Estou muito na torcida para que o trabalho dê certo", diz Márcio Alcântara | Foto: Arquivo FOLHA

Para o ex-zagueiro e hoje comentarista esportivo Márcio Alcântara, Dorival Júnior vive um momento especial na carreira e merece dirigir a seleção brasileira pelo que fez nos últimos anos. No entanto, Alcântara, já contesta algumas escolhas do treinador na sua primeira convocação.

"O Pedro para mim hoje merecia muito mais a convocação que o Richarlison. São algumas escolhas que a gente não entende, mas a gente sabe que são convocações que muitas vezes o técnico da Seleção não consegue evitar", ressalta. "Eu joguei com o Dorival no Palmeiras e ele é um cara muito de grupo e isso é um ponto positivo para ser um treinador de sucesso. Estou muito na torcida para que o trabalho dê certo."