Roberto Fonseca dever ter confirmada a sua volta ao comando do Londrina nesta terça-feira (22). Além de recolocar o time no caminho das vitórias, o provável novo treinador terá o desafio também de sobreviver à roleta russa que virou o Alviceleste nos últimos anos em relação aos comandantes.

Roberto Fonseca se reúne nesta terça com o gestor Sérgio Malucelli e deve selar sua volta ao LEC
Roberto Fonseca se reúne nesta terça com o gestor Sérgio Malucelli e deve selar sua volta ao LEC | Foto: Gustavo Oliveira/LEC

Exemplo raro no futebol brasileiro de manutenção de trabalho durante a era Claudio Tencati, o Tubarão caiu na vala comum ao trocar de técnico a cada nova sequência negativa. Após Tencati conquistar grandes resultados entre 2011 e 2017, o LEC não conseguiu mais manter o mesmo treinador para uma sequência longa.

De 2018 para cá, o Londrina teve 11 treinadores diferentes, o que dá uma média de permanência de apenas 105 dias de cada um à frente do clube. Como consequência da alta rotatividade no comando técnico, o LEC não ganhou mais nenhum título no período, acumulou campanhas ruins no Paranaense e uma queda para a Série C. De positivo, a campanha na Copa do Brasil em 2019 e a volta para a Série B nesta temporada, mesmo trocando de treinador na última rodada.

No primeiro ano após a saída de Tencati, o LEC apostou no ex-jogador Ricardinho, que tentava dar os primeiros passos na carreira. Com resultados ruins, foi demitido ainda durante o Paranaense. Chegou Marquinhos Santos, que deixou o clube durante a Série B.

Sérgio Soares desembarcou no CT da SM Sports com um discurso de time ofensivo. Saiu após apenas sete partidas e um desempenho de 28%. Roberto Fonseca foi a última aposta da temporada e conseguiu recuperar o time no returno. O LEC saiu da zona do rebaixamento para terminar a Série B na oitava colocação, brigando pelo acesso até as últimas rodadas.

EMPRÉSTIMO MAL SUCEDIDO

Apesar de ter terminado bem a temporada, o Londrina resolveu "emprestar" Fonseca ao Novorizontino no início de 2019 e Alemão assumiu a equipe. Fonseca voltou após o Paulista e dirigiu o time apenas na goleada sofrida diante do Bahia na Copa do Brasil. Pediu para sair e Alemão retornou ao comando. Depois de um bom início na Série B, a equipe perdeu rendimento e Alemão foi demitido.

O LEC então apostou na fórmula antiga de sucesso e trouxe de volta Claudio Tencati. Com pouco tempo para trabalhar e um elenco com claras limitações técnicas, Tencati não conseguiu repetir as vitórias do passado. No seu lugar chegou Mazola Júnior, que também teve vida curta e deixou o time na zona do rebaixamento. Silvinho Canuto foi chamado para apagar incêndio nas últimas quarto rodadas, mas não conseguiu evitar a queda.

O clube resolveu dar uma nova chance a Alemão em 2020. Talvez até em razão da pandemia da Covid-9, que paralisou o futebol totalmente por quatro meses, o treinador foi mantido durante todo o ano. Mas o técnico foi afastado justamente no último jogo da temporada, o que valia o acesso. Silvinho Canuto, que havia sido demitido em 2020, foi chamado e dirigiu a equipe no confronto decisivo com o Remo, que garantiu a volta à Série B.

Como prêmio, Canuto ganhou o direito de iniciar um trabalho à frente do clube desde o início em 2021. Mas a paciência dos cartolas alvicelestes durou apenas três jogos e o treinador ganhou o cartão vermelho no terceiro empate seguido. Se confirmado no cargo, Roberto Fonseca terá a chance de reverter o quadro de demissões que se tornou comum no LEC nos últimos anos.

RETORNO

"Vamos tentar o casamento", afirma Fonseca

Roberto Fonseca e o Londrina já abriram negociações para selar o acordo. A definição deve acontecer após uma nova reunião na manhã desta terça-feira (23). Em contato com a FOLHA, Fonseca admitiu uma conversa com o gestor Sérgio Malucelli. "Sempre converso com o Sérgio sobre futebol, jogadores. Tem namoro por enquanto e vamos tentar o casamento", afirmou Fonseca.

Além da saída do técnico Silvinho Canuto, o lateral-direito Hélder também não faz mais parte do elenco do LEC. O jogador foi demitido pelo gestor Sérgio Malucelli durante o intervalo da partida com o Cianorte. Insatisfeito com o rendimento da equipe, o empresário foi até o vestiário, criticou a atuação do time e demitiu o lateral.

Junto com Silvinho saiu ainda o auxiliar e preparador físico Guilherme Strass. João Carlos Ruiz, que era o preparador do time principal e que havia ido trabalhar no sub-20, vai retornar ao grupo profissional. No início da semana passada, o clube tinha demitido também o analista de desempenho, Silvio Shiromoto.

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